Mísseis "não" são assunto encerrado. Embaixador de Portugal na NATO afirma que aliados "aguardam por conclusões"
Pedro Costa Pereira considera que "não há um qualquer assacar de responsabilidades à Ucrânia" sobre queda de mísseis na Polónia.
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O embaixador de Portugal na NATO, Pedro Costa Pereira, afirma que os aliados ainda "aguardam pelas conclusões" da investigação que está em curso, e a reunião do conselho do Atlântico Norte "não" coloca um ponto final no caso da queda de mísseis russos na Polónia.
"Aguardamos pelas conclusões da investigação", respondeu Pedro Costa Pereira, admitindo que "neste momento tudo aponta para que tenha sido um míssil disparado pela Ucrânia para intercetar um míssil russo".
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"Não há ainda uma conclusão definitiva a este respeito", sublinhou o embaixador, admitindo que o caso dos mísseis na Polónia ainda "não" está encerrado.
"Mas evidentemente que não há um qualquer assacar de responsabilidades à Ucrânia", garantiu, considerando que "a Ucrânia exerce o seu direito à legitima defesa, tal como consagrado na Carta das Nações Unidas, e tem todo o apoio da NATO a esse respeito".
Pedro Costa Pereira considera que "se isto aconteceu foi porque houve um ataque absolutamente maciço, desproporcionado por parte da Rússia e a Ucrânia mais não fez do que se defender".
O embaixador, que considerou a queda de mísseis na Polónia como "um caso completamente infeliz", afirma que a Nato teve uma reação "completamente unida", perante uma situação que "em última instância será sempre [responsabilidade] da Rússia".
"Se não tivesse havido uma agressão contra a Ucrânia, isto não teria acontecido", afirmou.
"Estamos todos completamente unidos no concelho no que diz respeito a condenar (...) o ataque que foi perpetrado pela Rússia ontem, [e] na solidariedade para com a Polónia e para com a Ucrânia no seu direito à legitima defesa", afirmou o embaixador, garantindo que "não houve qualquer divergência hoje no concelho relativamente a isso, nem tinha que haver".
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Questionado, pela TSF, sobre possíveis divergências entre os 30 Estados-Membros sobre às medidas a adotar pela Nato, e à eventual ativação do Artigo IV do tratado do Atlântico Norte, que chegou a ser falada por alguns Estados-Membros, o embaixador afirma que houve um consenso na sala sobre a reação da aliança.
"O artigo 4º é um artigo que no fundo lança as consultas formais entre os aliados sobre um determinado acontecimento que põe em causa a segurança dentro do território da aliança", lembrou, garantindo que "se tivesse havido uma qualquer indicação de que houve um míssil russo lançado propositadamente ou até mesmo por acidente pela Rússia, diretamente sobre o território da aliança, o mais provável era que o artigo 4º tivesse sido acionado".
Em relação às discussões desta quarta-feira, o embaixador "não notou que tivesse havido qualquer divergência por parte de qualquer aliado relativamente a isso".