De acordo com os resultados ainda parciais da eleição, o partido conservador obteve 40,5% dos votos.
Corpo do artigo
O líder do partido conservador grego Nova Democracia (ND), Kyriakos Mitsotakis, reclamou vitória nas eleições legislativas deste domingo, considerando que conferem "um forte mandato" para "transformar" o país.
O ex-primeiro-ministro, que regressará ao cargo com a vitória, prometeu "grandes mudanças" no país, que vão desde "aumento dos salários" a "um Estado mais eficiente".
Segundo resultados parciais, de mais de 90% das circunscrições eleitorais, o ND obteve 40,5% dos votos contra 17,8% do partido de esquerda Syriza, liderado por Alexis Tsipras.
Se os resultados se mantiverem, Mitsotakis será reeleito primeiro-ministro da Grécia e poderá governar sozinho novamente, como tem feito nos últimos quatro anos.
Vencedor por larga margem nas eleições de 21 maio, mas sem maioria no Parlamento de 300 lugares, o líder conservador apenas precisa agora de 39% para obter a maioria absoluta, graças ao bónus de até 50 lugares para o partido vencedor das eleições.
Esta regra tinha sido eliminada nas últimas eleições, o que acabou por fazer fracassar todas as tentativas de formar Governo.
A Grécia realizou hoje as segundas eleições gerais no espaço de um mês, marcadas pela questão das migrações após o recente naufrágio no mar Jónico, mas também pelo desemprego e pelo défice comercial.
O naufrágio foi um dos mais trágicos desastres migratórios no Mediterrâneo, com apenas uma centena de sobreviventes encontrados depois de se virar um barco em que seguiriam cerca de 750 pessoas, e gerou um clima de alta tensão entre os dois principais candidatos a uma vitória nas eleições legislativas do próximo domingo.
A campanha eleitoral foi dominada também pelo desemprego, que já atingiu 12%, e um défice comercial que continua a preocupar os gregos, que ainda se lembram bem dos efeitos da intervenção financeira externa após a crise de 2008.
Mitsotakis apresentou-se perante os eleitores com a promessa de finalizar as reformas aplicadas pelo seu Governo para que a economia grega continue a crescer, dizendo ser fundamental que o país se aproxime da Europa em termos de salários e padrões de vida.
Tsipras defende uma economia "que funcione para todos" e - depois da derrota do seu partido em maio, quando perdeu um terço do seu eleitorado face a 2019 - pede agora o voto para que o Syriza se mantenha um "partido de oposição forte".
Não faltaram motivos para crítica a Tsipras, durante a campanha eleitoral, apontando a incapacidade do Governo para lidar com o défice comercial acumulado e com o aumento do desemprego, sobretudo junto dos mais jovens.