Cravinho expressa "expectativa" com "aceleração" da produção da indústria de Defesa
O ministro dos negócios Estrangeiros afirma que Portugal está a trabalhar num novo pacote de ajuda à Ucrânia.
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O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho afirma que tudo está a ser feito para acelerar as capacidades de produção de defesa europeia. Cravinho acredita que esta será a forma de contrariar a estratégia do Kremlin.
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"Putin, já o sabemos, aposta no tempo como um aliado, isto é, acredita que o tempo joga a seu favor [e] acredita que com o tempo irá conseguir reduzir as capacidades da Ucrânia e segurar aquilo que é o seu objetivo", afirmou, defendendo o reforço da indústria de defesa, e assim respondendo à crítica de Kiev, sobre a dificuldade atual da indústria de defesa europeia responder às exigências de uma guerra como a da Ucrânia.
João Gomes Cravinho falava em Bruxelas, no final da primeira reunião do Conselho NATO-Ucrânia, em que participou o ministro ucraniano dos negócios estrangeiros. Dimitri Kuleba tinha esta manhã deixado críticas às capacidades limitadas da indústria europeia de defesa.
À entrada para a reunião, o ministro ucraniano do Negócios Estrangeiros, Dimytro Kuleba tinha criticado as limitações da indústria de defesa na União Europeia, apontando a necessidade de "pessoas com conhecimentos específicos sobre como funcionam as coisas, como funcionam os [stocks] de peças sobressalentes, como funcionam as cadeias de abastecimento". Kuleba afirma que esses especialistas "têm de se sentar e resolver o assunto, caso contrário, a Europa continuará indefesa".
Mas, o ministro português deixou claro que o cenário mudará em breve, uma vez que "há agora um processo de aceleração do trabalho feito no âmbito europeu, promoção do apoio à Ucrânia e, portanto, a nossa expectativa é que durante estes próximos meses irá registar se um incremento sucessivo".
João Gomes Cravinho disse ainda que Portugal prepara-se para enviar um novo pacote de apoio par a Ucrânia, estando já o ministério da Defesa "a trabalhar num novo pacote de ajuda para a Ucrânia, na ordem das 200 toneladas. Ou seja, é um pacote que corresponde a cerca de um acréscimo de 20% em relação àquilo que já demos".
João Gomes Cravinho desvalorizou ainda a polémica com a Hungria, que ameaça bloquear a ajuda europeia à Ucrânia, dizendo ter "a expectativa" na próxima cimeira, "em dezembro, que não haja da parte da Hungria uma incapacidade de reconhecer a realidade geoestratégica e aquilo que são os interesses da União Europeia.
"Todos os países da União Europeia vão ter de reconhecer aquilo que é o desafio geoestratégico com que nos confrontamos. Naturalmente, que nestas circunstâncias, temos visto aliás repetidas vezes, a Hungria procura melhorar as suas próprias condições através de um processo de negociação difícil", afirmou Cravinho.