MNE palestiniana: "Se Trump quiser ser indicado para Nobel da Paz, esperamos que seja por resolver também o nosso problema"
Varsen Aghabekian alerta que "nunca haverá paz" no Médio Oriente sem a proteção dos "direitos dos palestinianos"
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A chefe da diplomacia da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) afirmou esta quarta-feira esperar que a nomeação do Presidente norte-americano para o prémio Nobel da Paz seja por conseguir resolver o problema palestiniano, que considerou "um dos temas mais delicados do mundo".
“Temos de fazer com que a nossa voz seja ouvida pelo Presidente [norte-americano, Donald] Trump e pelos que decidem ao seu redor nos Estados Unidos, porque se eles querem construir a paz na região, essa paz depende dos direitos dos palestinianos. Sem isso, nunca haverá paz nesta área", disse Varsen Aghabekian, numa conferência de imprensa em Ramallah, na Cisjordânia ocupada.
A ministra dos Negócios Estrangeiros palestiniana confirmou que atualmente não há negociações diretas entre a ANP, que governa a Cisjordânia, e Trump, embora existam conversações indiretas.
Se o Presidente Trump quiser ser indicado para o prémio Nobel da Paz, esperamos que seja por resolver também o nosso problema.
A ofensiva israelita em Gaza começou depois dos ataques do Hamas, no poder no enclave desde 2007, em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1200 pessoas e perto de 250 foram feitas reféns. Desde então, a operação militar israelita causou já mais de 61 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas, perante acusações de genocídio por vários países e organizações.
A ONU tem alertado para uma situação de fome generalizada no enclave, onde Israel bloqueou a entrada de ajuda humanitária desde há meses e que retomou recentemente, apesar de a União Europeia (UE) e organizações humanitárias reclamarem que a quantidade é insuficiente para suprir as necessidades da população de mais de dois milhões de pessoas.