As paralisações têm como objetivo paralisar a economia e afetar o maior número de setores.
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Em França, a pressão para travar a lei da reforma das pensões aumenta com uma mobilização massiva esta terça-feira, 7 de março, com vista a "paralisar a França". Este vai ser um dos dias mais difíceis, previu o ministro dos transportes, Clément Beaune. Os líderes do movimento sindical anunciaram greves massivas com a possibilidade de serem reconduzidas em todos os setores.
As paralisações começaram na noite passada em setores como o da energia e de transportes pesados, para paralisar a economia e afetar o maior número de setores.
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A central sindical CGT lançou um apelo aos trabalhadores do setor energético, que deram início ao movimento de greve na sexta-feira. A intenção é reduzir a carga de energia nas centrais e deixar o sistema energético no limiar de alerta sem chegar a cortes de energia.
Os transportes de mercadorias pesadas estão parados desde domingo à noite com ações de protesto em todo o território. O objetivo é bloquear os camiões e as mercadorias que transportam para atingir comércios e empresas.
A ideia é deixar o país suspenso. Para Patricia Drevon, secretária confederal da Força Operária, o governo continua a não querer ouvir os franceses.
"Fizemos várias propostas e nenhuma foi ouvida pelo governo. A partir do momento em que o governo não quer ouvir que não queremos extensão de impostos e da idade legal para a reforma, as negociações não são possíveis", alertou a sindicalista.
"Não há diálogo, nem abertura com o governo, o que nos leva a responder com este endurecimento do movimento de protesto. Subimos um tom porque apelamos a uma greve e à paralisação do país. Apelamos ao abrandamento ou até a travar a economia porque é a única forma do governo nos ouvir", defendeu.
A rede de transportes públicos, ferroviários e aéreos estão a ser fortemente afetados, com um em cada cinco comboios a circular normalmente ao longo do dia. O ministro dos Transportes, Clément Beaune, pediu aos franceses que fiquem em teletrabalho esta terça-feira. "Quanto aos transportes públicos, convido todas as pessoas que puderem ficar em teletrabalho a fazê-lo. Estamos a trabalhar e a dialogar com as forças sindicais para que o ambiente seja menos tenso e que não haja paralisação", defendeu Clément Beaune.
Segundo a central sindical CGT, esta terça-feira é um dia de paralisação nas empresas, administrações, serviços, comércio e escolas. As greves podem ser reconduzidas nos próximos dias para travar a proposta do governo de aumentar a idade da reforma de 62 anos para 64 anos.