Milhares de franceses nas ruas contra reforma das pensões em "mobilização histórica". Veja as imagens
Os sindicatos estão a intensificar as ações de protesto depois de semanas de manifestações pacíficas que não tiveram resultados.
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Os protestos contra a reforma das pensões, defendida pelo Presidente Emmanuel Macron, intensificaram-se esta terça-feira em França com o bloqueio de refinarias, viagens de comboio canceladas, escolas fechadas e a ameaça de prolongamento das greves até à retirada do polémico projeto de lei.
"Conseguimos mostrar a determinação do mundo do trabalho. O governo não pode continuar a fazer-se de surdo", disse Laurent Berger, líder do sindicato CFDT, que comemorou a "mobilização histórica" no início da manifestação em Paris.
Só em Paris, a manifestação reuniu cerca de 700 mil pessoas, revelou a CGT à AFP. Nos dias anteriores, as estimativas do sindicato nunca tinham excedido as 500 mil pessoas.
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Registaram-se também alguns confrontos entre os manifestantes e a polícia, na zona de Port-Royal, mas sem consequências graves. As autoridades revelaram ao jornal francês Libération que um "grupo radical tentou usar as barreiras de contrução de um estaleiro como projetéis", mas foram impedidos.
A segunda maior economia da União Europeia tem a sexta jornada de greve convocada pelos sindicatos desde 19 de janeiro para protestar contra o endurecimento das condições de acesso a uma pensão integral, defendida de maneira inflexível pelo governo de Macron. O dia começou com estradas bloqueadas entre Rennes e Perpignan, com a suspensão do envio de combustível a todas as refinarias e cortes de energia, de acordo com a empresa Enedirr, em Boulogne-sur-Mer.
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"Não vamos desistir. Temos de impactar o governo para que ceda", disse Patrick, um maquinista reformado de 61 anos, que se manifestou, debaixo de chuva, com seis mil outras pessoas em Calais. O objetivo é "paralisar" a economia.
Na segunda-feira, os manifestantes paralisaram três dos quatro terminais de metano durante sete dias e, desde sexta-feira, reduziram a produção de energia elétrica no setor nuclear. Nesta altura, os sindicatos estão a intensificar as ações de protesto depois de semanas de protestos pacíficos que não tiveram resultados.
A CGT, organização sindical, está a preparar um total de 265 comício e manifestações em todo o país.