Moçambique e Tanzânia anunciam operações conjuntas contra violência em Cabo Delgado
A violência armada no norte de Moçambique está a provocar uma crise humanitária com cerca de duas mil mortes e 500 mil pessoas deslocadas.
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As polícias da Tanzânia e Moçambique vão lançar operações conjuntas contra os rebeldes que atacam Cabo Delgado e que têm atravessado a fronteira para território tanzaniano, anunciaram os chefes das corporações dos dois países.
O inspetor-geral da Polícia da Tanzânia, Simon Sirro, recebeu na sexta-feira o homólogo moçambicano, Bernardino Rafael, para uma reunião na cidade fronteiriça de Mtwara, anunciou a força de segurança em comunicado citado pela agência Bloomberg.
A reunião aconteceu um mês depois de um ataque de desconhecidos à vila de Kitaya, provocando um número de mortes ainda por esclarecer.
O comandante tanzaniano convidou os residentes na área a regressarem a casa, depois de terem fugido por causa dos ataques, dizendo que o governo reforçou a segurança.
Os dois chefes de polícia também anunciaram a partilha de informação relacionada com rebeldes.
A violência armada em Cabo Delgado, norte de Moçambique, está a provocar uma crise humanitária com cerca de duas mil mortes e 500 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.
A província onde avança o maior investimento privado de África, para exploração de gás natural, está desde há três anos sob ataque de insurgentes e algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico desde 2019.
Jornalistas locais que presenciaram ataques no distrito de Muidumbe antes de fugirem para as matas relataram na última semana que há muitos corpos abandonados e crianças sozinhas, perdidas no campo.
A polícia moçambicana anunciou na quinta-feira que recuperou o controlo do distrito, duas semanas depois de ter sido ocupado por rebeldes.