As Forças Armadas moçambicanas começam hoje a limpar a cidade de Chókwè, sul de Moçambique, para permitir o regresso da população, que fugiu da cidade devido às cheias, anunciou a Unidade Nacional de Proteção Civil.
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Chókwè, na província de Gaza, foi a mais afetada pelas inundações que assolam Moçambique, devido à enchente do rio Limpopo, tendo sido necessário evacuar totalmente a cidade, para impedir um maior número de mortos e perdas de bens.
Nazário Zandamela, que dirige as operações da Unidade Nacional de Proteção Civil (UNAPROC) em Chókwè, disse que a limpeza da cidade marca o fim das operações de salvamento e o início da criação de condições para o regresso da população.
No mínimo, adiantou Nazário Zandamela, a normalização da situação em Chókwè, levará entre uma semana a um mês.
Em declarações à Lusa, por telefone, José Luís Poeira, agricultor português, disse que os residentes de Chókwè já estão a limpar as suas casas, mas a vida levará meses a ser retomada normalmente, devido à destruição de vias de acesso, lojas e residências.
«Muitas famílias e empresários de Chókwè não vão conseguir levantar-se sozinhas, porque os prejuízos são enormes. Em muitos casos se perdeu tudo», afirmou José Luís Poeira, que teve de se refugiar na localidade de Chilembene, devido ao estado de calamidade que se instalou na cidade.
Na cidade de Xai-Xai, capital da província de Gaza, cuja zona baixa esteve na iminência de ficar inundada, «o pior que se receava já passou», como relatou à Lusa Ussemane Adamo, empresário do setor da construção.
«Não houve grandes estragos, apenas uma inundação na periferia da baixa da cidade, numa área imprópria para habitação, devido ao rompimento do dique», disse Ussemane Adamo.
Segundo o empresário, apesar de o cenário de cheias na baixa de Xai-Xai estar descartado, a população continua refugiada na zona alta, aguardando uma autorização do governo para regressar a casa.