Mais de 500 anos depois, os investigadores continuam a levantar o véu de mistério que envolve o trabalho de Leonardo da Vinci.
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Quando pintou a Mona Lisa e A Última Ceia, Leonardo da Vinci acabou também por fazer experiências químicas. O pintor renascentista criou um componente raro chamado plumbonacrite para usar como base da pintura.
Muitas pinturas desde 1500, incluindo a Mona Lisa, eram pintadas em painéis de madeira, por isso os artistas tinham de as cobrir com uma camada espessa, geralmente de gesso, que serviria de base para a tinta a óleo. Já Leonardo criou a sua própria substância.
Segundo um estudo da Sociedade Americana de Química, Leonardo da Vinci usou um composto de alvaiade (branco de chumbo) como base para a Mona Lisa e A Última Ceia e misturou monóxido de chumbo, um composto altamente tóxico, nas suas tintas de óleo, que conferia propriedades de secagem à tinta. A mistura dois componentes acabou por criar plumbonacrite (Pb5(CO3)O(OH)2).
Muitos pintores usam óxidos de chumbo para ajudar a tinta a secar, mas não era uma técnica conhecida no tempo de Da Vinci.
Os investigadores também examinaram manuscritos de Leonardo em à procura de pistas que indiciassem o uso deliberado dessa técnica, mas só encontraram referências aos compostos químicos associados à medicina.
A presença do plumbonacrite nas duas pinturas mais conhecidas do renascentista foi revelada por análises de amostras dos dois quadros conduzidas por uma equipa de especialistas do Centro Nacional de Investigação Científica da França (CNRS), com a ajuda do supermicroscópio europeu ESRF.