Uma abadia na Bélgica vai recuperar a sua cervejaria medieval depois de ter descoberto receitas que se julgavam destruídas num incêndio.
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Os monges da abadia de Grimbergen, na Bélgica, conseguiram produzir cerveja a partir de receitas com mais de 220 anos.
As receita escritas em latim e numa versão antiga do holandês foram descobertas nos arquivos da abadia, que em 1786 foi incendiada por revolucionários franceses.
Com a ajuda de voluntários, os cerca de dez monges desta abadia conseguiram recriar a cerveja que os seus antepassados faziam na Idade Média.
Após quatro anos de trabalho e investigação, esta semana o monge Karel Stautemas apresentou a nova cerveja ao mundo.
Estava tudo registado nas receitas originais: os ingredientes, o processo de confeção e até o tipo de barris a utilizar para armazenar a cerveja.
Há dois séculos os monges já usavam lúpulo em vez de ervas aromáticas fermentadas e estavam sempre a inovar. Segundo os documentos encontrados a cada dez anos a receita original mudava.
Mas a nova cerveja da Grimbergen não é 100% igual à consumida na Idade Média. "É que naquele tempo a cerveja normal era um bocadinho sem sabor. Era como pão líquido", justifica Marc-Antoine Sochon, perito da Carlsberg, citado pelo The Guardian .
O plano é construir uma nova cervejaria no mosteiro e produzir edições limitadas desta cerveja com 10,8% de álcool no final de 2020.
Vai chamar-se Grimbergen e adotar a insígnia da abadia - uma fénix e o mote latim "ardet nec consumitur" ("queimados, mas não destruídos"). Segundo a Reuters, o projeto vai ser financiado pela Carlsberg.