O primeiro-ministro refere que a União Europeia tem de "dar o exemplo ao mundo de que é capaz de gerar entendimentos" com outros blocos político-económicos, nomeadamente no que diz respeito a acordos comerciais
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O primeiro-ministro advogou esta quinta-feira que "seria um péssimo sinal de incapacidade" da União Europeia (UE) se Estados-membros bloqueassem a concretização do acordo com o Mercosul, alegando que é preciso "dar o exemplo ao mundo".
"Espero que não haja mais nenhum bloqueio, seria um péssimo sinal de incapacidade [...], defenderei a implementação com acordo com o Mercado Comum do Sul (Mercosul)", disse Luís Montenegro, à entrada para uma reunião do Conselho Europeu, a última de 2024 e a primeira de António Costa (ex-primeiro-ministro português) enquanto presidente da instituição.
O primeiro-ministro social-democrata disse que a União Europeia tem de "dar o exemplo ao mundo de que é capaz de gerar entendimentos" com outros blocos político-económicos, nomeadamente no que diz respeito a acordos comerciais.
Reconhecendo que "há muitas pessoas que estão apreensivas", Luís Montenegro recordou que os países da UE "já estão cheios" de produtos provenientes das nações que compõem o Mercosul.
Na ótica do primeiro-ministro, em funções há oito meses, a União Europeia tem de abordar "como é que se relaciona com o mundo", defendendo o reforço das relações transatlânticas, não só com os Estados Unidos da América, mas também com os países da América Latina.
Olhando para o outro lado do planeta, Luís Montenegro disse que na reunião desta quinta-feira queria abordar com os homólogos e António Costa "a importância da ligação com África" e também com a China, advertindo que "não seria do interesse" dos 27 que Pequim privilegiasse as relações com a Rússia.