Produtor de amendoins e uma ama ex-reclusa. Conheça algumas curiosidades sobre a vida de Jimmy Carter
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O antigo Presidente dos EUA e prémio Nobel da Paz Jimmy Carter morreu este domingo aos 100 anos.
Jimmy Carter foi diferente desde o momento em que veio ao mundo, tendo sido o primeiro Presidente que não nasceu em casa. No dia 1 de outubro de 1924, a mãe, enfermeira, entrou em trabalho de parto e decidiu ir para o hospital para o ter.
O pai era agricultor e tinha uma plantação de amendoins, onde Carter começou a ajudá-lo ainda criança.
Numa altura em que a discriminação racial era a realidade e o pai era um apoiante da segregação, o antigo Presidente brincava com os filhos dos trabalhadores da plantação.
Em 1953, quando a população afro americana começou a exigir os mesmos direitos dos brancos, em Plains, na Georgia, os homens criaram uma associação para combater o movimento dos direitos civis. Jimmy Carter foi o único branco que não aderiu.
O agricultor da Georgia foi também um grande defensor dos direitos humanos.
Na presidência congelou verbas destinadas ao Chile, Brasil e Argentina por considerar que maltratavam os cidadãos.
Em 1970, ainda como governador da Georgia, Carter aceitou uma condenada a prisão perpétua por homicídio como ama da sua filha Annie. Mary Prince, que tinha sido condenada um ano antes, estava num programa de curadoria da prisão e foi transferida para a residência do governador.
Quando conquistou a presidência, a rapariga voltou para a cadeia, mas Rosalynn Carter acreditava na sua inocência e garantiu uma extensão do programa para que ela continuasse como ama na Casa Branca. Mary Prince acabou, mais tarde, por receber um perdão total e viveu perto do casal. Costumava visitá-los e, ocasionalmente, tomava conta dos oito netos deles.
Considerado na altura o Presidente mais verde do país, Jimmy Carter foi o primeiro a instalar painéis solares na Casa Branca. Estes foram retirados quando Reagan estava em funções.
Ao longo da vida escreveu 20 livros e ganhou quatro grammys pela forma como os narrou.
Foi ainda o grande responsável pela quase erradicação da doença do verme da Guiné, que atingia principalmente as populações mais pobres nas regiões tropicais. Em 1985, quando o Centro Carter assumiu o desafio, havia três milhões e meio de casos espalhados pelo mundo. Após décadas de ações de formação e melhoria das fontes de água, vários países declararam a doença erradicada e o número total de casos caiu drasticamente.