O antigo chefe de Estado egípcio terá morrido após ter-se sentido mal durante uma audiência em tribunal.
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O antigo presidente do Egipto, Mohamed Morsi, morreu esta segunda-feira, avança a televisão estatal. A mesma fonte indica que Morsi desmaiou durante uma audiência em tribunal, onde enfrentava várias acusações.
Morsi foi o primeiro presidente do país a ser eleito democraticamente, após a revolução da "Primavera Árabe", em 2011. Tinha 67 anos.
O antigo presidente egípcio foi destituído pelo exército em 2013, tendo sido condenado a 45 anos de prisão na sequência de dois processos: incitação à violência contra manifestantes no final de 2012 e espionagem.
Morsi cumpriu apenas um ano do seu mandato de quatro anos, e enquanto os Irmãos Muçulmanos, a organização a que pertencia, foi ilegalizada após o golpe e se instalava uma intensa repressão contra diversos setores da sociedade egípcia.
O Tribunal criminal do Cairo tinha adiado para amanhã o julgamento de Morsi e de outros 23 indicados num caso de "colaboração com o Hamas", o movimento palestiniano que controla a Faixa de Gaza.
Em novembro de 2016 o Tribunal de apelo anulou a sentença de prisão de Morsi e outros 21 réus, incluindo alguns condenados à pena de morte, no mesmo caso, e ordenou a repetição do julgamento.
Morsi, que enfrentava diversos julgamentos, estava a cumprir 20 anos de prisão efetiva após ser acusado de envolvimento na morte de manifestantes em 2012, e ainda uma pena de prisão perpétua por espionagem, num caso relacionado com o Estado do Qatar.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, foi o primeiro dirigente a reagir à morte de Morsi, com quem manteve laços muito próximos durante a sua breve presidência.
"Que Alá conceda ao nosso mártir, ao nosso irmão Morsi, a sua misericórdia. Que a alma do nosso mártir descanse em paz", declarou a um grupo de jornalistas.
Ataque cardíaco apontado como causa de morte
A televisão estatal egípcia, que cita fonte médica, aponta um ataque cardíaco como a causa da morte de Morsi. A mesma fonte adianta que o antigo presidente egípcio, que sofria de um tumor benigno, tinha cuidado médico contínuo.