O antigo governador e vice-primeiro ministro de Timor-Leste tinha 80 anos e terá sido vítima de um ataque cardíaco, quando viajava sozinho de carro, em Díli.
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Mário Carrascalão morreu esta sexta-feira no Hospital Nacional Guido Valadares, em Díli, disse à Lusa um familiar.
Mário Carrascalão, que foi governador durante a ocupação indonésia e vice-primeiro-ministro após a independência, morreu um dia depois de ser galardoado com o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste, a mais alta condecoração do país, entregue pelo chefe de Estado, Taur Matan Ruak.
Indicações preliminares apontam que Mário Carrascalão terá sofrido um ataque cardíaco quando conduzia e viajava sozinho no seu carro privado, na zona do bairro do Farol, em Díli. O carro está ainda no local, tendo subido o passeio e embatido contra um poste, conforme constatou a Lusa.
Desconhece-se se o acidente ocorreu antes ou depois do ataque cardíaco.
Testemunhas relataram à Lusa que transeuntes transportaram Mário Carrascalão para o hospital, onde equipas médicas confirmaram o seu óbito.
"Ainda ontem estivemos todos a jantar em família e ele estava muito bem-disposto, foi galardoado e estávamos a celebrar" disse a Lusa a irmã Ângela Carrascalão.
Uma multidão começou já a juntar-se no espaço mortuário do Hospital Nacional Guido Valadares.
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Ouvido já pela TSF, o antigo presidente e primeiro-ministro de Timor, Ramos Horta, destaca a honestidade de Mário Carrascalão, um homem que não se deixava corromper, mas que não foi devidamente reconhecido.
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Em Díli, Ramos Horta dá conta de um sentimento de choque entre os timorenses.
D. Ximenes Belo lamenta a morte de Mário Carrascalão que recorda com saudade. O antigo bispo de Díli, escutado pela TSF, considera que o antigo governador, durante o período de ocupação do território pela Indonésia, sempre defendeu os interesses do povo timorense.
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O antigo bispo de Díli sublinha que Mário Carrascalão foi responsável pela formação de grande parte da classe dirigente timorense pós independência, um contributo para a autodeterminação de Timor, de alguém que no entanto suscita alguma controvérsia no país.
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