Hospital de Wuhan confirmou a morte através da rede social Weibo.
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O Hospital de Wuhan, na China, confirmou, esta quinta-feira, a morte de Li Wenliang, o médico chinês que tentou alertar outros profissionais de saúde sobre o coronavírus, após contrair a infeção. O óbito já tinha sido avançado por órgãos de comunicação social locais, mas entretanto a unidade hospitalar tinha vindo desmentir a morte, afirmando que ainda lutavam "para o salvar". Acabaram, no entanto, por confirmar a morte poucas horas depois.
"O oftalmologista Li Wenliang do nosso hospital, que infelizmente foi infetado durante a luta contra a epidemia de pneumonia resultante da infeção pelo novo coronavírus, morreu após todos os esforços às 2h58 do dia 7 de fevereiro de 2020. Lamentamo-lo profundamente", lê-se publicação do Hospital de Wuhan na rede social Weibo.
Li Wenliang, de 34 anos, foi chamado pela polícia quando tentou avisar outros médicos sobre o vírus, em dezembro. O chinês enviou uma mensagem aos colegas num chat de grupo, dia 30, e depois foi chamado pela Secretaria de Segurança Pública, onde o obrigaram a assinar um papel em que era acusado de fazer "comentários falsos".
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O médico foi uma das oito pessoas investigadas pela polícia chinesa por, supostamente, inventarem rumores sobre uma nova doença. Mais tarde veio a confirmar-se que se tratava mesmo de um novo vírus, o coronavírus.
A China elevou para 563 mortos e mais de 28 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado pelo novo coronavírus detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei, entretanto já colocada sob quarentena.
O surto obrigou a suspender vários eventos desportivos internacionais organizados pela China, incluindo os Mundiais de atletismo em pista coberta, que estavam marcados para março em Nanjing. Há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países, incluindo 25 casos na Tailândia.