Pérez Rubalcaba teve uma vasta carreira na política espanhola e morreu aos 67 anos.
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Alfredo Pérez Rubalcaba, antigo vice-presidente do Governo espanhol, morreu, esta sexta-feira, avança o jornal La Vanguardia.
Um porta-voz da família de Rubalcaba anunciou à imprensa que o corpo estará a partir desta sexta-feira em câmara ardente instalada na Câmara dos Deputados, onde ocupou assento entre 1993 e 2014.
O líder histórico do PSOE estava em estado "grave" após ter sofrido um AVC esta quarta-feira. O político teve de ser operado, tendo sido submetido a um cateterismo cardíaco, no hospital Puerta Hierro Majadahonda, perto de Madrid.
O chefe do Governo, Pedro Sanchez, que sucedeu a Rubalcaba na liderança do PSOE em 2014, de imediato enalteceu no Twitter um "estadista" e "uma vida dedicada ao serviço da pátria".
"O fim da ETA e grandes avanços sociais têm a sua assinatura" disse Sanchez, que na quinta-feira deixou mais a Cimeira Europeia de Sibiu, na Roménia, e antecipou o regresso a Espanha para estar junto da família de Rubalcaba e descolar-se ao hospital onde este se encontrava.
"Alfredo foi um Político de P grande"
António José Seguro diz que perdeu "um bom amigo". "Sinto uma profunda tristeza", escreveu num texto enviado à TSF.
O ex-líder do PS recorda que conheceu Alfredo Pérez Rubalcaba quando eram ambos líderes partidário e, a partir daí, partilharam "caminhos e propostas comuns em benefício das causas" que tinham em comum.
"Alfredo Rubalcaba era um Político discreto, mas determinado; um político moderado, com convicções muito fortes. Um Homem de consensos. Um Homem de Estado que deixou várias marcas no seu país, em particular, o seu contributo para o fim do terrorismo", realça.
Seguro relembra o político espanhol como um "humanista e um homem de uma grande cultura. "Alfredo foi um Político de P grande. Era um Homem excecional. Dos que nos fazem muita falta", concluiu.
Uma vida dedicada à política
O antigo ministro e dirigente socialista espanhol Alfredo Pérez Rubalcaba, que morreu aos 67 anos, dedicou a vida à política e destacou-se na luta contra a organização separatista basca ETA.
Nasceu em Solares, Cantabria, a 28 de julho de 1951 e doutorou-se em Ciências Químicas na Universidade Complutense de Madrid, onde era atualmente professor de Química Orgânica.
Rubalcaba entrou para o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) em 1974, após o fim da ditadura franquista, e desde a chegada dos socialistas ao Governo em 1982 ocupou diversos cargos no Ministério da Educação.
No Governo de Felipe Gonzalez (1982-1996) foi porta-voz e ministro da Educação, a partir de junho de 1992, tendo promovido a Lei da Reforma Universitária e a Lei Orgânica da Regulação do Sistema Educativo.
Foi eleito pela primeira vez deputado por Toledo em 1993 e em 1996 foi eleito por Madrid. Em junho de 2000 passou a integrar o Comité Federal do PSOE, quando José Luis Rodriguez Zapatero foi eleito secretário-geral do partido.
De 2010 a 2011 foi "número dois" do Governo de Zapatero (2004-2011), mas destacou-se sobretudo como ministro do Interior durante mais de cinco anos (2006-2011).
Neste posto, bom estratego, impôs-se na luta contra a ETA, com quem foram realizadas conversações secretas desde 2006. Pouco depois da saída de Rubalcaba do ministério, a organização separatista anunciou o abandono da luta armada em outubro de 2011.
Nesse ano, em plena crise económica, foi candidato dos socialistas às eleições legislativas e sofreu uma pesada derrota face ao conservador Mariano Rajoy.
Secretário-geral do PSOE e chefe da oposição de 2012 a 2014, Rubalcaba deixou a liderança do partido após este ter sido derrotado nas eleições europeias de 2014.
Tinha sido internado na quarta-feira em estado "grave", vítima de um acidente vascular cerebral.
O chefe do Governo, Pedro Sanchez, que sucedeu a Rubalcaba na liderança do PSOE em 2014, enalteceu na rede social Twitter um "estadista" e "uma vida dedicada ao serviço da pátria".