
Francisco Louçã lembra o assassinato da vereadora e ativista brasileira Marielle Franco.
Corpo do artigo
Francisco Louçã considera que a morte da vereadora e ativista brasileira Marielle Franco é simbólica de um país que tem visto a violência militar aumentar nos últimos anos e em especial desde que foi aprovada a intervenção militar na segurança pública do Rio de Janeiro.
Marielle foi assassinada na quarta-feira, no Rio de Janeiro. Um carro aproximou-se da viatura em que Marielle e outras duas pessoas seguiam. Foram disparados nove tiros, quatro dos quais atingiram a cabeça da vereadora, que ia no banco de trás e morreu no momento.
Os investigadores suspeitam de uma execução política. Marielle era ativista dos Direitos Humanos, feminista, lésbica e responsável por uma comissão na investigação sobre os perigos da militarização do Estado do Rio de Janeiro.
Francisco Louçã lembra que a violência por parte das forças de segurança tem aumentado nos últimos meses no Brasil e, em especial, no Rio de Janeiro. A brigada da Polícia Militar é responsável por mais de 400 mortes, associadas a questões de direitos humanos, terra e sindicalismo.
Para o comentador, o assassinato de Marielle Franco "tem um valor muito simbólico, muito especial e muito grave. "Não é tão comum assim, numa grande cidade uma responsável política com a visibilidade, popularidade e relevância de Marielle Franco ser executada".
Louçã salienta que a morte de Marielle "provocou uma vaga de dor, de solidariedade, mobilização, preocupação e medo no Brasil e chegou também a Portugal".
O comentador lembra este caso "pelo respeito, pela importância que tem esta intransigência na defesa dos direitos humanos e da vida das pessoas, do respeito por diferentes opiniões e na recusa da militarização do que se tem vindo a chamar a 'colombianização' do Brasil, que está em curso sobretudo nos últimos dois anos".
No espaço de Opinião da TSF esta semana, Francisco Louçã comenta ainda a situação no Montepio Geral e irresponsabilidade financeira. Depois do BES e do Banif, "neste caso, a irresponsabilidade quer dizer ocultação de informação aos mutualistas e associados".
TSF\audio\2018\03\noticias\16\opiniao_louca