Duas das vítimas mortais foram decapitadas e outras duas atiradas do telhado. As autoridades brasileiras dizem que há mais 2 guardas reféns, além de ferimentos em mais presos.
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Pelo menos quatro presos morreram, dois deles decapitados, no motim numa prisão do estado brasileiro do Paraná, revelaram as autoridades do país.
De acordo com as últimas informações reveladas pelas autoridades brasileiras, além dos mortos, dois guardas foram feitos reféns e dois outros presos ficaram feridos.
A rebelião na Penitenciária Estadual de Cascavel, no oeste do Paraná, em curso desde as 06h30 locais de domingo (10h30 em Lisboa), começou quando um dos guardas prisionais, que se preparava para distribuir o pequeno-almoço, foi tomado como refém.
O motim envolve cerca de 800 dos 1.040 reclusos da prisão, que reivindicam melhores condições de alimentação e higiene, adiantou Jairo Ferreira, advogado dos agentes penitenciários.
Os reclusos queixam-se ainda do estado das infraestruturas prisionais e reclamam o fim de supostos abusos e atos violentos por parte dos guardas.
Os amotinados ocuparam o telhado da prisão, para onde levaram os reféns e onde pegaram fogo a vários colchões e exibindo cartazes com a sigla PCC, referindo-se ao Primeiro Comando da Capital, organização criminosa comandada a partir das prisões do país.
Segundo o Departamento Penitenciário do Paraná, citado pelo jornal brasileiro O Globo, os amotinados decapitaram pelo menos dois presos, um dos quais um ex-polícia, suspeito de encabeçar um esquema de furto e desvio de peças de veículos apreendidos.
Os amotinados também lançaram três pessoas do telhado de um dos pavilhões da prisão, com uma altura de 15 metros.
De acordo com o mesmo organismo, alguns reclusos ficaram feridos e foram levados para unidades de saúde, enquanto outros, igualmente feridos, continuam na unidade prisional e ainda sem cuidados médicos. O corpo de bombeiros confirmou ao Globo que atendeu um homem de 23 anos com ferimentos graves.
O diretor do Departamento Penitenciário do Paraná, Cezinando Paredes, e a secretária de Justiça, Maria Tereza Uille Gomes, estão no local para negociar com os reclusos a libertação dos três reféns.
A polícia militar cercou o edifício, onde a água e a luz estão cortadas desde o começo da tarde de domingo.