A ação tem como objetivo "travar uma operação industrial de larga escala", e terá um impacto direto de "milhões de toneladas de dióxido de carbono" a menos na atmosfera
Corpo do artigo
Mais de uma dezena de ativistas do coletivo Climáximo participam neste fim de semana na ação internacional Ende Gelände, na Alemanha, para bloquear uma das maiores minas de carvão a céu aberto do mundo, da empresa RWE.
A ação conta com milhares de ativistas vindos de toda a Europa, que se encontrarão na cintura mineira da Renânia. A necessidade do corte radical de emissões de gases com efeito de estufa implica o encerramento na próxima década da maioria dos setores da economia fóssil - produção e consumo de carvão, gás e petróleo.
O Ende Gelände conta com a participação de milhares de ativistas climáticos de toda a Europa, que, nos últimos anos, têm conseguido sucessivamente bloquear o funcionamento das minas da RWE. Este ano a ação será apoiada pela Greve Climática estudantil alemã (Fridays for Future).
O Climáximo, coletivo internacional pela justiça climática em Portugal, também reiterou o seu compromisso com a ação direta não-violenta e a desobediência civil.
João Camargo, licenciado em Engenharia Zootécnica e mestre em Engenharia do Ambiente e Produção Animal, revelou à TSF que "este ano estão previstas entre seis a 10 mil pessoas a participar" e que "quatro mil já saíram esta manhã para a mina".
TSF\audio\2019\06\noticias\21\joao_camargo_1_parar_a_mina
A ação, explicou o representante português, tem como objetivo "travar uma operação industrial de larga escala", e terá um impacto direto de "milhões de toneladas de dióxido de carbono" a menos na atmosfera. "Precisamos de cortar 50% das emissões na próxima década", alertou o ativista do movimento Climáximo.
TSF\audio\2019\06\noticias\21\joao_camargo_2_nao_violencia
Naquele que é, de acordo com João Camargo, um planeta "à beira da inabitabilidade", "o que politicamente é considerado possível depois química e fisicamente é tornado impossível, porque a atmosfera não tem flexibilidade para negociar connosco".
Sobre as ações destinadas a este fim de semana, João Camargo garante que o coletivo tratará de "manter a mina fechada o máximo de horas possível", com o "compromisso de não ter nenhum componente violento". Para João Camargo, estas ações coletivas servem "para desencadear respostas políticas, que são as únicas que têm a dimensão necessária para a velocidade exigida" ao combate do caos climático.
TSF\audio\2019\06\noticias\21\joao_camargo_3_urgente_mudar
O fim de semana de protestos anti-carvão começou na Alemanha, com quatro mil ativistas climáticos no campo de protesto Ende Gelände, em Viersen, para bloquear os campos de carvão na Renânia.