"Muita gente à procura de comida." Missionário em Moçambique pede "ajuda urgente" a Portugal após ciclone Chido
O padre Fonseca Kwiriwi revela à TSF que a sua grande preocupação é o "consumo de água imprópria", o que pode levar a "eclodir a cólera". E deixa um apelo: "Estende-se facilmente a mão, por favor, ajudem-nos, o povo precisa com urgência a vossa ajuda"
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A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, precisa de "ajuda urgente" após a destruição causada pelo ciclone Chido. O apelo é feito na TSF pelo padre Latifo Fonseca Kwiriwi, a partir daquela zona deste país africano.
O missionário, que está numa das zonas afectadas pelo ciclone, descreve as dificuldades dos residentes: "Muitas casas destruídas, muitas pessoas encontram-se debaixo da sombra das poucas árvores que restaram. Perderam comida, perderam roupa. Ainda não restabeleceram a corrente elétrica. [Há] muita gente à procura de [algo para] comer. Também há falta de água."
A sua grande preocupação é o "consumo de água imprópria", o que pode levar a "eclodir a cólera". Por outro lado, teme o crescimento da insegurança e que "alguém se aproveite, já que não há energia nem muito controlo". Contudo, ressalva: "Esperemos ainda a boa vontade das pessoas para que não chegue a esse nível."
O balanço mais recente aponta para cerca de 70 mortos, mas o padre Latifo Fonseca admite que o número de vítimas pode aumentar. "A crise humanitária está forte", diz.
É necessária "ajuda urgente", "principalmente de comida, material de construção, roupa". E deixa um apelo à comunidade internacional e, em especial, ao Estado português: "Estende-se facilmente a mão, por favor, ajudem-nos, o povo precisa com urgência a vossa ajuda."
