Fillon é acusado de ter usado dinheiros públicos para beneficiar a mulher e os filhos. Pénélope Fillon fala pela primeira vez desde o início da polémica sobre os empregos fictícios.
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É a primeira entrevista desde o início da polémica. Pénélope Fillon decidiu falar ao Journal du Dimanche para pôr fim aos rumores loucos que têm surgido.
A mulher do candidato da direita às presidenciais francesas garante que o emprego como assistente parlamentar do marido e do deputado Marc Joulaud era real. Explica que tinha como principal função ajudá-los na relação com as pessoas que os tinham elegido.
Pénélope assumia várias tarefas, entre elas tratar da correspondência em conjunto com a secretária, preparar notas para o marido sobre eventos e manifestações, fazer uma espécie de revista da imprensa local e reler os discursos.
A mulher do candidato à Presidência defende que o marido precisava de alguém que fizesse esse trabalho. Se não tivesse sido ela, teria de pagar a qualquer outra pessoa.
Pénélope assegura que tem provas das funções que assumia e que já as entregou aos responsáveis pela investigação. Também sobre os filhos, contratados como conselheiros parlamentares, afirma que "tudo era legal e declarado".
Nesta entrevista, a mulher de Fillon faz ainda questão de dizer que nunca deixará o marido e que o aconselhou a ir até ao fim com a candidatura.
Na sexta-feira, os investigadores fizeram buscas na casa de campo da família Fillon para tentar encontrar provas dos gastos indevidos do candidato com a mulher e os filhos.
Fillon na semana passada garantiu que vai continuar como candidato da direita às presidenciais, depois de se saber que foi chamado pelos procuradores que lideram a investigação para prestar declarações. Vai apresentar-se ao juiz a 15 de março.
As últimas sondagens sugerem que François Fillon será eliminado à primeira volta, marcada para 23 de abril. À segunda, a 7 de maio, deverão passar a líder da extrema-direita Marine Le Pen e o liberal e independente Emmanuel Macron.