O complexo siderúrgico é o último foco de resistência ucraniana na cidade de Mariupol.
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Mulheres, crianças e idosos foram retirados do complexo siderúrgico de Azovstal, em Mariupol, cercado pelas forças russas, disse este sábado a vice-primeira-ministra da Ucrânia.
"A ordem do Presidente foi cumprida: todas as mulheres, crianças e idosos foram retirados de Azovstal", anunciou Iryna Veheshchuk, citada pela agência Associated Press (AP).
Por sua vez, a agência de notícias russa Tass já tinha indicado que outras 50 pessoas tinham sido retiradas da fábrica.
Na sexta-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a cidade de Mariupol está "completamente destruída" e que à Rússia apenas resta apoderar-se do seu complexo siderúrgico, Azovstal.
Zelensky foi questionado no decurso de uma intervenção por videoconferência organizada pelo círculo de reflexão Chatham House em Londres, sobre o que significaria a queda deste estratégico porto no sul da região do Donbass, onde apenas subsiste uma bolsa de resistência no complexo siderúrgico de Azovstal.
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"É necessário entender que Mariupol nunca cairá [...], já está devastada, não existe qualquer estrutura, está tudo completamente destruído", respondeu.
O que ainda permanece, prosseguiu, "é essa pequena estrutura, a siderurgia Azovstal, ou o que dela resta".
A tomada deste complexo permitirá a Moscovo reivindicar o controlo total de Mariupol, com 500 mil habitantes antes da guerra, mas que foi devastada por dois meses de cerco e bombardeamentos.
As autoridades ucranianas deram conta de intensos combates em Donbass, enquanto se mantém o cerco da siderurgia Azovstal, onde as tropas ucranianas de Mariupol estão a resistir.
Kiev acredita que a Rússia está a preparar um desfile para 9 de maio, Dia da Vitória sobre a Alemanha Nazi, em Mariupol.
A ofensiva em Donetsk e Lugansk continua, informou o Estado-Maior do Exército ucraniano no último comunicado, publicado no Facebook.
A guerra na Ucrânia destruiu a costa sul do país no sábado, quando as forças russas dispararam mísseis de cruzeiro na cidade de Odessa e bombardearam uma siderúrgica que abrigava civis e combatentes ucranianos, na esperança de completar sua conquista do porto de Mariupol a tempo das comemorações do Dia da Vitória.