Cerca de 500 mulheres requereram à Justiça venezuelana um «amparo constitucional» contra os responsáveis pela empresa Poly Implant Prothese (PIP) e os intervenientes na rede de comercialização de implantes mamários franceses.
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O pedido foi apresentado sexta-feira perante um tribunal de Caracas e, segundo os advogados, as mulheres procuram que lhes seja garantida a substituição das próteses defeituosas por outras, assim como o pagamento de todas as despesas médicas e de tratamentos decorrentes dos defeitos de fabrico dos implantes PIP.
Segundo a advogada Emília León, as venezuelanas esperam que todos os agentes intervenientes na comercialização dos implantes sejam responsabilizados pelos produtos que venderam e pela sua substituição.
Este grupo de mulheres pediu ainda ao tribunal que convoque a Federação Médica Venezuelana para que colabore na acção, permitindo que sejam atendidas gratuita e rapidamente a fim de evitar que sofram danos de saúde.
Várias venezuelanas têm explicado aos jornalistas que nos últimos meses tiveram de submeter-se a cirurgias para extrair implantes mamários colocados há vários anos, por terem rompido, causando danos nos tecidos internos dos seios, sublinhando que, muitas delas, não têm recursos económicos para pagar os tratamentos médicos necessários assim como a substituição dos implantes.
Uma investigação levada a cabo pela Sociedade de Cirurgiões Plásticos da França, em 2010, revelou que os implantes PIP tinham um grau de ruptura muito mais elevado que outros e que o silicone usado não era apropriado para utilização médica.
Por suspeitar que os implantes estavam relacionados com a morte de pelo menos uma mulher e com o aparecimento de vários casos de cancro da mama, as autoridades francesas suspenderam o uso, fabrico, distribuição e exportação dos implantes da empresa PIP, que entrou em falência.