Elon Musk recorda dias em que não foi a casa, momentos em que trabalhou 24 horas, nos quais muitas vezes não consegue ver os filhos e amigos.
Corpo do artigo
"Este último ano foi o mais difícil e doloroso da minha carreira". As palavras são de Elon Musk, dono da Tesla, numa entrevista ao New York Times onde admite que não tem vivido dias fáceis em termos pessoais e profissionais. "Foi excruciante", chegou mesmo a dizer na conversa emotiva onde houve risos mas também lágrimas.
O chairman e presidente executivo da marca de carros elétricos complicou ainda mais a situação que tem vivido quando, na semana passada, anunciou no Twitter e depois em comunicado que estava a considerar uma mudança profunda na Tesla. Em causa estava a saída da empresa da bolsa norte-americana, deixando de ser cotada. Para que tal acontecesse, Musk falou num "financiamento que está garantido" com um fundo de investimento público da Arábia Saudita.
A pressão de cumprir os objetivos a que se comprometeu, entre eles o aumento da produção da Tesla, tem levado Elon Musk a dedicar-se em excesso ao trabalho, cerca de 120 horas por semana, muitas vezes ao passar dias sem ir a casa.
"Houve ocasiões em que não saí da fábrica durante três ou quatro dias. O preço a pagar é que não vejo os meus filhos, nem os meus amigos".
Durante a entrevista, o dono da Tesla recordou o dia do seu último aniversário, em que comemorou 47 anos. Passou 24 horas na empresa, "a noite toda, sem amigos nem nada", disse.
Dois dias depois do aniversário foi à cerimónia de casamento do irmão onde era padrinho. Saiu da fábrica, chegou a Kimbal, na Catalunha, duas horas antes do casamento e regressou para o local de trabalho logo após a cerimónia.
Elon Musk, quando questionado pelo New York Times sobre se o momento de exaustão que vivia estava a prejudicar a sua saúde física, realçou que "não tem sido ótimo, na verdade".
O chairman da Tesla revela estar consciente de que o trabalho o torna vulnerável, reconhecendo mesmo que as responsabilidades que tem lhe causam um grande prejuízo pessoal.
Numa conversa marcada por emoções à flor da pele, Elon Musk disse que "para a Tesla o pior já passou, de um ponto de vista operacional", não acreditando que o mesmo se passe consigo. "De um ponto de vista pessoal, o pior ainda está para vir."
A imprensa norte-americana tem avançado que os executivos da Tesla estão a tentar contratar um número dois para Elon Musk, com o intuito de o chairman ter mais apoio no trabalho e dividir responsabilidades.