Numa entrevista à BBC, o alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos afirma que a líder do país, Suu Kyi, pode fazer mais para acabar com a ação militar contra os Rohingya.
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Só um tribunal pode decidir, mas Zeid Ra'ad Al Hussein, o alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, acredita que Aung San Suu Kyi, a líder do governo civil de Myanmar, e o chefe das forças armadas do país podem vir a enfrentar acusações de genocídio devido à proporção dos ataques à minoria Rohingya.
"Tendo em conta a escala da operação militar, estas têm de ser, claramente, decisões tomadas a um nível suficientemente alto. Depois há o crime de omissão. Se sabia que isto estava a acontecer e não fez nada para pará-lo, então também pode ser culpado por isso", afirmou Zeid Ra'ad Al Hussein.
Numa entrevista à BBC, o alto-comissário admite que é um crime difícil de provar, mas já pediu uma investigação criminal a nível internacional para analisar os ataques contra a minoria muçulmana.
Zeid garante que falou ao telefone com Suu Kyi para pedir que acabe com as operações militares contra os rohingya.
O alto-comissário reconhece que o poder da líder do país sobre as forças armadas é limitado. Ainda assim defende que Suu Kyi pode fazer mais para defender a minoria étnica.