Depois dos ataques que, em dois dias, provocaram a morte de oito funcionários, a ONU anunciou a suspensão do programa de vacinação contra a poliomielite no Paquistão.
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O porta-voz da Unicef, Michael Coleman, afirmou hoje que perante os ataques não restava outra solução. Os talibã e outros grupos militantes têm contestastado estas iniciativas, que alegam tratar-se de "estratagemas" de espionagem e contra-informação.
O Governo paquistanês já veio dizer que ficou surpreendido com tanta violência contra os funcionários das Nações Unidas, alegando que não esperava ataques em zonas afastadas das áreas de maior influência dos talibã, até porque nas áreas mais complicadas, os trabalhadores da ONU são acompanhados por seguranças.
Um porta-voz dos talibã, em declarações à agência Reuters, garantiu que não são os responsáveis pelos ataques.
Esta quarta-feira, três funcionários foram mortos a tiro, ontem cinco mulheres do grupo de vacinação morreram no sul e noroeste do Paquistão. Os últimos ataques tiveram lugar nas cidades de Peshawar, Charsadda e Nowshera.
O Paquistão é um dos três países do mundo onde a poliomielite é endémica. O Governo paquistanês declarou a poliomielite como uma «emergência nacional» e identificou cerca de 33 milhões de crianças que não tinham ainda sido vacinadas. A ONU esperava vacinar em três dias mais de cinco milhões de crianças.