Portugal vai antecipar a mobilização de uma companhia de infantaria com 174 efetivos para a Roménia.
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O primeiro-ministro, António Costa, garantiu esta quinta-feira que até agora não existe nenhuma previsão para que a Base Aérea das Lajes, nos Açores.
"Não há neste momento nenhuma reativação da Base das Lajes", garante Costa quando questionado pela TSF sobre atividade norte-americana nos Açores, no final da reunião extraordinária da NATO sobre a ação militar da Rússia sobre a Ucrânia.
Na intervenção no final da cimeira, António Costa assinala que Portugal integra, este ano, as forças de Ação Rápida da NATO, cujo emprego está autorizado no terreno desde ontem. Para o segundo semestre do ano estava prevista a projeção de uma companhia de infantaria composta por 174 efetivos na Roménia, algo que foi "antecipado para o primeiro semestre do ano".
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A NATO decidiu "reforçar os seus batalhões de combate permanentes no território".
Ainda assim, a NATO "não atuará na Ucrânia mas garantirá que a Rússia não atacará nenhum dos seus Estados-membros". A Roménia - onde vão estar forças portuguesas -, a Bulgária, os países bálticos, a Eslováquia e a Hungria serão pontos de especial atenção. Quanto às forças de Ação Rápida, "ainda não foi decidida a sua ativação" pela organização.
As forças portuguesas estão "em estado de prontidão" e prontas para qualquer solicitação por parte do comando da NATO, garante António Costa, reforçando que a opção da aliança foi pelo reforço das forças que já estão no terreno.
"A Rússia tem de perceber que cada país que é independente é livre na sua autodeterminação. A Suécia e a Finlândia são independentes e, na sua liberdade, podem decidir com quem participam e de quem são aliados", avisa o primeiro-ministro, sublinhando que os dois países "decidiram estar com a NATO".
"Não só tem de parar com a agressão militar contra a Ucrânia como não pode sequer sonhar em ter qualquer ação agressiva relativa a qualquer país da NATO ou amigo da NATO", avisa.
A adesão da Ucrânia à NATO "continua a não estar na ordem do dia e é um mero pretexto que a Rússia tentou arranjar para justificar o injustificável", defende também o primeiro-ministro.
"Esta é uma guerra contra a liberdade de autodeterminação, por isso é uma guerra contra a democracia", atirou António Costa.
O primeiro-ministro garante que na reunião extraordinária da NATO "houve uma convergência total no entendimento de que é fundamento reforçar as ações de dissuasão contra esta clara violação do direito internacional".
Sobre a aplicação de sanções a Vladimir Putin e um possível sinal de encerramento da via diplomática que daí advenha, António Costa assinala que ainda esta noite foram decididas "novas medidas de caráter massivo" em cinco frentes, com a Comissão Europeia encarregue de "preparar e estudar" possíveis novas sanções.