A representante especial das Nações Unidas para o Sudão do Sul descartou hoje que os recentes confrontos étnicos que se registaram no país tenham resultado em assassínios em massa.
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Segundo a agência AP, Hilde Johnson disse que parecem ter sido falso alarme os rumores que davam conta de mais de três mil pessoas assassinadas na semana passada, quando milhares de jovens armados pertencentes à tribo Lou Nuer atacaram a região de Pibor, no estado de Jonglei, ocupada pela tribo rival dos Murle, acusando esta de sequestros e roubo de gado.
«Não encontramos provas que sustentem esses números», realçou, a seguir a uma visita às zonas afectadas pelos confrontos étnicos, após oito mil jovens armados terem incendiado casas, forçando milhares de pessoas a abandonarem os seus lares, na região de Pibor.
Joshua Konyi, responsável pelo condado de Pibor e elemento da tribo Murle, tinha dito antes que 3141 pessoas tinham sido mortas durante aqueles ataques, mas o exército do Sudão do Sul não confirmou este número.
Hilde Johnson aproveitou, por outro lado, para alertar para a existência de 60 mil pessoas a precisarem urgentemente de ajuda no Sudão do Sul.
A ONU anunciou na sexta-feira que vai desencadear uma operação humanitária de larga escala para ajudar as pessoas afectadas pela violência inter-étnica.
As agências e a missão da ONU no Sudão do Sul estão a dar conta de necessidades humanitárias significativas nas zonas que já visitaram, resumiu Elisabeth Byrs, porta-voz do Gabinete da ONU para os Assuntos Humanitários, citada no portal da organização.
Segundo Byrs, a situação está atualmente calma e o fluxo de pessoas que estão a regressar à zona de Pibor prossegue.
O governo do Sudão do Sul declarou o estado de Jonglei "zona de calamidade" e apelou à ajuda internacional.