"Não se mudam mentalidades conservadoras num dia", diz a comunidade portuguesa no Luxemburgo
O "Não" ao direito de voto dos imigrantes nas legislativas venceu de forma esmagadora o referendo que se realizou no Luxemburgo. Comunidade portuguesa não ficou surpreendida.
Corpo do artigo
Mirandolina Fernandes, vive há 45 anos no Luxemburgo e faz parte da Confederação da Comunidade Portuguesa no país, considera que vitória do não é o resultado da política seguida pelo governo e diz que não se pode querer mudar mentalidades conservadoras num dia.
"O governo luxemburguês aplicou até agora uma política de avestruz, não houve ainda uma verdadeira política de integração para todos os cidadãos. Não se pode querer mudar mentalidades de um dia para o outro. O facto de não haver uma política de inclusão levou a este 'Não' maciço".
Ainda assim a representante da Confederação da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo considera que o referendo foi um passo positivo.
"É um passo de abertura, como foi também a implementação da lei de dupla nacionalidade. Os luxemburgueses têm receio de toda esta vaga de modernidade.
Na leitura dos resultados do referendo é de salientar que o voto maciço do Não foi em localidades do Norte, menos abertas a toda esta vaga de uma Europa sem Fronteiras, que se quer no espírito da modernidade e de igualdade de direitos".
O "Não" venceu nas três questões sobre as quais os luxemburgueses foram ontem chamados a pronunciar-se, com 78,2% no caso do voto dos estrangeiros, 69,9% para a proposta de limitação de mandatos ministeriais e 80,8% contra a abertura das eleições aos maiores de 16 anos.