O empresário diz que empresa japonesa de conspirar com o Ministério Público para criar uma "acusação sem fundamento".
Corpo do artigo
Carlos Ghosn surgiu em público pela primeira vez desde a misteriosa fuga do Japão. O ex-presidente da Nissan afirmou que queria "limpar a honra". Numa conferência de imprensa em Beirute, no Líbano, onde se refugiou desde 30 de dezembro último, começou por afirmar que não iria explicar a maneira como conseguira fugir, mas disse que foi "arrancado" à família e aos mais próximos.
Ghosn afirma "não ter tido outra opção" a não ser a fuga do Japão, onde é acusado de "malversação" uma acusação "sem fundamento", garantindo que "a conspiração partiu de responsáveis da Nissan e do ministério público que são a origem do meu calvário. Juntaram-se numa campanha sistemática, levada a cabo por uma mão-cheia de protagonistas malévolos, para destruir a minha reputação".
Numa conferência de imprensa com mais de 100 jornalistas, Ghosn afirmou que está "pronto para ficar muito tempo" no Líbano, país que não tem acordo de extradição com o Japão.
"Não fugi da justiça mas sim da injustiça e da perseguição política" concluiu o empresário nascido no Brasil.
O ex-responsável do gigante automóvel, garante que "tudo começou, 2017, com o declínio da Nissan" A aliança Nissan-Renault não era boa, "havia inveja "dos japoneses em relação aos franceses, na Nissan concluíram que a melhor forma de acabar com a influência da empresa francesa era livrarem-se dele.
Ghosn está acusado de ter alegadamente ocultado às autoridades japonesas remunerações negociadas com a Nissan e de ter usado os fundos da companhia para cobrir gastos pessoais e perdas financeiras.
O empresário estava em prisão domiciliária no Japão, onde é acusado de peculato financeiro. Detido pela primeira vez em 19 de novembro de 2018 e em 25 de abril passado, Ghosn ficou em liberdade sob fiança, após a segunda detenção, com comunicações e movimentos limitados e proibido de sair do país.
As autoridades japonesas pediram à Interpol que detenha preventivamente Ghosn até que seja extraditado para responder perante os tribunais do país.