"Não tinham direito de desfilar no Carnaval." Ilê Aiyê "difundem a cultura negra" no Brasil há 50 anos
A TSF está em Marrocos na 25.ª edição do Essaouira Gnaoua & World Music Festival e falou com o grupo cultural que promove a expansão da cultura de origem africana no Brasil
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Ilê Aiyê. É este o nome do primeiro bloco afro-brasileiro que por estes dias está em Marrocos, a participar no Essaouira Gnaoua & World Music Festival. O grupo cultural promove há 50 anos a expansão da cultura de origem africana no Brasil.
"Foi criado justamente no intuito de difundir a cultura negra. Os negros não tinham direito de desfilar no Carnaval. No primeiro ano que o Ilê desfilou Carnaval, ele foi muito repreendido, rejeitado pelo sistema. Mas o Ilê tornou-se no gigante que é hoje. Não vamos desistir, vamos continuar lutando e essa luta realmente deu resultado e já deu muitos frutos", explica à TSF o regente Mário.
Os Ilê Aiyê participam num festival de verão diferente daqueles que acontecem em Portugal. A eletricidade dos instrumentos é trocada pela simplicidade do gimbri. Cor, movimento e músicas de um mundo distante. Cerca de meio milhão de pessoas ao longo dos três dias, mas nem por isso estamos a falar de música de massas.
