
Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO
Stephanie Lecocq/EPA
O conselho da Aliança Atlântica esteve reunido a pedido da Turquia, que evocou o artigo 4.º do Tratado de Washington.
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O secretário-geral da Nato classificou, esta sexta-feira, a escalada da tensão, na Síria como uma "situação muito perigosa" que requer contenção e o regresso à ordem internacional, apontando para a emergência do cessar fogo "imediato".
"Apelo-lhes que parem a ofensiva e respeitarem a lei internacional, e para apoiarem os esforços das Nações Unidas para uma solução pacífica", afirmou Stoltenberg, vincando que "esta situação perigosa tem de ter contenção".
"Apelo a um regresso imediato ao cessar-fogo de 2018, para evitar o agravamento da horrenda situação humanitária na região e para permitir o acesso urgente de ajuda humanitária, para os que estão presos em Idlib", disse o secretário-geral da Nato, no final da reunião de emergência em que os aliados expressaram votos de solidariedade para com a Turquia.
"Os aliados apresentaram as mais profundas condolências, pela morte de soldados turcos, nos bombardeamentos da última noite em Idlib e expressaram total solidariedade com a Turquia", disse Jens Stoltenberg, acrescentando que "os aliados condenam os ataques aéreos contínuos e indiscriminados, levados a cabo pelo regime sírio na província de Idlib".
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As agencias internacionais dão conta de pelo menos duas dezenas de mortos, entre os militares Turcos, na Síria, depois de vários bombardeamentos aéreos, na província Síria de Idlib. Relatos no terreno, citados por jornalistas locais, dão conta de que o número de militares mortos pode ser muito mais elevado, podendo mesmo ultrapassar a centena.
Na sequência dos ataques, a Turquia invocou o artigo 4.º do Tratado de Washington, o qual estabelece que qualquer aliado da Nato pode solicitar uma avaliação da Aliança, quando considerar que a integridade do território, a independência política ou a segurança está ameaçada.
Após a reunião de emergência, o secretário-geral da Nato classificou a Turquia como um "importante membro da Nato", fustigado pela situação no médio oriente, incluindo por "ataques terroristas", que merece o apoio dos aliados.
"A Nato continua a apoiar a Turquia, com um conjunto de medidas, incluindo com o reforço das defessas aéreas. Isto ajudará a combater as ameaças de ataques de mísseis, oriundos da Síria", considerou Stoltenberg, no final do encontro de embaixadores na sede da Nato em Bruxelas, a pedido da Turquia, tendo manifestado solidariedade e apelado à contenção e ao cessar fogo imediato.