NATO diz que queda de míssil na Polónia foi acidental e promete continuar a apoiar Ucrânia
Jens Stoltenberg afirma que as análises preliminares indicam que o projétil que caiu em território polaco se trata de um míssil de defesa aérea proveniente da Ucrânia.
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"Não temos qualquer indicação de que este tenha sido um ataque deliberado", afirma o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, em declarações aos jornalistas em Bruxelas, sobre a queda de um míssil na Polónia que matou duas pessoas esta terça-feira.
"E não temos indicação de que a Rússia esteja a preparar uma ofensiva armada contra a NATO", acrescenta.
"A nossa análise preliminar mostra que o acidente foi provavelmente causado por um míssil de defesa aérea ucraniano para defender o seu território contra ataques de mísseis de cruzeiro russos."
Jens Stoltenberg ressalva que ninguém está a "culpar" a Ucrânia: "A Rússia tem a responsabilidade final na medida em que continua a sua guerra ilegal contra a Ucrânia."
"Claro que a Ucrânia tem o direito de se defender face à invasão russa", reforça. "Se pararem de lutar a Rússia vai vencer (...) e a Ucrânia vai deixar de existir como nação soberana e independente."
O secretário-geral da Aliancia Atlântica acrescenta que este acidente não muda a relação da NATO para com a Ucrânia, que vai continar a receber apoio dos aliados para "lutar contra esta guerra sem sentido".
[LIVE] Watch #NATO Secretary General @jensstoltenberg's press conference after the meeting of the North Atlantic Council to discuss yesterday"s explosion in Eastern #Poland. https://t.co/l4yVwj9KE2
- Oana Lungescu (@NATOpress) November 16, 2022
Jens Stoltenberg diz que, na sequência da reunião desta manhã, a NATO envia condolências à Polónia pela perda de vidas e uma mensagem de "solidariedade" para com o país aliado.
"Vamos continuar a monitorizar com cuidado esta situação (...) e a avaliar constantemente o que precisamos de fazer", assegura. Se necessário, a NATO conseguirá rapidamente "aumentar as suas defesas".
Questionado sobre os detritos do míssil que caiu na Polónia Jens Stoltenberg recusa adiantar "detalhes", repetindo que a "análise preliminar" mostra que se trata de um míssil de defesa ucraniano.
Não existe ainda um resultado final desta investigação, mas "todos os aliados concordam com a avaliação que acabei de partilhar e não temos qualquer evidência de que houve um ataque deliberado contra o território da NATO".
Não faz sentido invocar o Artigo 4 da NATO, consideraram os aliados, apesar de o risco estar sempre latente: "Se não houvesse guerra, claro, não estaríamos nesta situação", com duas mortes de cidadãos polacos, nota Stoltenberg.