Porta-voz do opositor de Vladimir Putin afirma que "nem os advogados nem a família foram informados de uma eventual transferência."
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Alexei Navalny encontra-se em paradeiro desconhecido após ter sido transferido, esta terça-feira, da colónia penal onde se encontrava a cumprir uma pena de 11 anos e meio de prisão, avança a agência de notícias Reuters.
No Twitter, Kira Yarmysh revelou que existiam "rumores de que ele ia ser transferido para uma colónia penal de alta segurança, a Melekhovo IK-6", a cerca de 250 quilómetros a Este de Moscovo, mas, agora "é impossível de saber quando (ou se) ele chegou lá".
Segundo a porta-voz do opositor de Vladimir Putin, nem os "advogados nem os familiares" sabiam da possível transferência. Yarmysh, tendo em conta a situação, mostrou-se preocupada porque Navalny "pode estar a enfrentar o sistema que já o tentou matar", recordando a alegada tentativa de envenenamento pelo Governo russo, em agosto de 2020, na Alemanha.
Of course, neither Alexei's attorneys nor his relatives were informed about his transfer in advance. There were rumors that he was going to be transferred to the high-security penal colony IK-6 "Melekhovo", but it is impossible to know when (and if) he will actually arrive there.- Кира Ярмыш (@Kira_Yarmysh) June 14, 2022
The problem with his transfer to another colony is not only that the high-security colony is much scarier. As long as we don't know where Alexei is, he remains one-on-one with the system that has already tried to kill him, so our main task now is to locate him as soon as possible- Кира Ярмыш (@Kira_Yarmysh) June 14, 2022
Navalny cumpre pena pena por fraude e desrespeito pela autoridade judicial na colónia prisional IK-2, em Pokrov, na região de Vladimir, em Moscovo. Caso se confirme a transferência para a Melekhovo IK-6, a porta-voz diz que o opositor de Putin estará num local "muito mais assustador".
Em janeiro de 2021, o opositor do Presidente russo voltou a Moscovo após o tratamento para o envenenamento e foi detido e condenado, um mês depois, a uma pena de prisão de dois anos e meio. Em abril, entrou numa greve de greve de fome de 23 dias, para protestar contra a falta de cuidados médicos e em junho, um tribunal russo proibiu o funcionamento dos escritórios regionais de Navalny e da sua Fundação Anticorrupção.
A detenção de Alexei Navalny desencadeou várias grandes manifestações há um ano, rápida e brutalmente reprimidas. O seu movimento foi classificado como "extremismo" e banido, enquanto opositores, imprensa e organizações não governamentais consideradas críticas do Kremlin sofreram uma onda crescente de repressão.
Navalny é também alvo de novos processos, em particular por "extremismo", o que pode resultar na sua manutenção na prisão durante mais anos, a juntar aos 11 e meio que tem, até ao momento, que cumprir.