Um dos elementos da tripulação do navio ao serviço dos Médicos Sem Fronteiras explicou que grande parte dos sobreviventes retirados da água são menores.
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O navio de resgate que os Médicos Sem Fronteiras têm a operar no Mar Mediterrâneo retirou da água 400 pessoas nas últimas horas. Só esta noite foram mais de cem, que estão a bordo do Geo Barents.
Juan Matias Gil, um dos elementos da tripulação do navio ao serviço dos Médicos Sem Fronteiras, explicou que grande parte dos sobreviventes retirados da água são menores.
"À noite, por volta da 1h da manhã, realizámos dois resgates de 111 pessoas, no total. Somadas às que já tínhamos a bordo estão no navio 384 pessoas sobreviventes, das quais 27 são mulheres. Quarenta e cinco por cento do total destas pessoas são menores de idade e, entre elas, estão dez crianças e dois bebés", explicou Juan Matias Gil.
Este elemento dos Médicos Sem Fronteiras denunciou a atuação dos elementos do serviço das plataformas de exploração de petróleo ao largo da Líbia, que não só se negaram a ajudar como queriam entregar os sobreviventes às autoridades líbias.
"Foi um resgate muito difícil. As buscas duraram cinco horas, à noite, no meio das plataformas de petróleo que se recusaram a ajudar e não indicaram a localização exata das embarcações com os migrantes. Fomos nós que andámos à procura dos sobreviventes. Quando terminámos o resgate tivemos de chamar a atenção dos barcos que apoiam as plataformas. Estão obrigados a seguir regras internacionais para prestar assistência no mar. Também lhe dissemos que a Líbia não é um lugar seguro porque eles queriam entregar as pessoas resgatadas do mar à Líbia. As violações de direitos humanos na Líbia estão muito bem documentadas e ninguém lhes deve ser entregue", contou este elemento da tripulação do navio ao serviço dos Médicos Sem Fronteiras.
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