Barco ancorado perto da ilha de Lampedusa entrou em águas italianas com autorização da guarda costeira.
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O navio humanitário "Mare Jonio", da organização não-governamental (ONG) italiana Mediterranea Saving Humans, foi apreendido pelas autoridades italianas, anunciaram esta terça-feira fontes próximas ao Ministério do Interior.
O barco ancorado perto da ilha de Lampedusa (sul da Sicília) resgatou 98 pessoas da Líbia, das quais 67 (mulheres, crianças e doentes) desembarcaram na Itália.
Nas redes sociais, a ONG referiu que o seu navio tinha entrado nas águas territoriais italianas "com a autorização formal da guarda costeira" acrescentando que era "a vingança final daqueles que não toleram que a humanidade possa prevalecer".
Na segunda-feira, o navio "Eleonore", da ONG alemã Lifeline, com 100 migrantes a bordo, também foi arrestado pelas autoridades italianas após violar a proibição de entrar em águas territoriais para atracar no sul da Sicília, segundo os media.
O navio estava no mar há oito dias, à espera de um porto seguro para atracar depois de resgatar cem pessoas.
Um terceiro navio, "Alan Kurdi", da ONG alemã Sea Eye, está a viajar para Malta depois de ser notificado também da proibição de atracar em Itália, devido a um decreto do ministro do Interior italiano, Matteo Salvini.
O ministro do Interior da Itália emitiu um decreto no mês passado, que reforça as medidas repressivas contra os navios que prestam assistência aos migrantes.
O texto estabelece uma multa máxima de um milhão de euros aos comandantes de navios não autorizados a entrar nas águas italianas e prevê a prisão imediata dos capitães.
Matteo Salvini deixará o cargo nos próximos dias, após a crise no Governo que provocou, no início de agosto, a explosão da coligação que o seu partido (Liga) formou desde junho de 2018 com o Movimento 5 Estrelas (antissistema).