Nazis e judeus são disfarce de Carnaval? Em Espanha foram e a indignação não tardou
Além dos disfarces, os participantes do desfile tinham um carro alegórico com uma menorá (candelabro de sete braços que é símbolo do judaísmo) e duas chaminés de crematório.
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Vestidas de oficiais nazis e de prisioneiros de campos de concentração, várias pessoas desfilaram em Espanha, pelas ruas de Campo de Criptana (170 quilómetros a sul de Madrid), num corso carnavalesco com um tema incomum: o Holocausto. O Museu de Auschwitz e a Embaixada de Israel em Espanha condenaram a atitude, considerando-a uma "banalização" desse período trágico da História, avança o Guardian.
De acordo com o jornal, além dos disfarces, os participantes do desfile tinham um carro alegórico com uma menorá (candelabro de sete braços que é símbolo do judaísmo) e duas chaminés de crematório.
Condenamos la vil y repugnante representación banalizando el #Holocausto en el carnaval de Campo de Criptana, haciendo burla de los seis millones de judíos asesinados por los nazis.
- Embajada de Israel (@IsraelinSpain) February 25, 2020
¡Los países europeos deben combatir activamente el #antisemitismo!https://t.co/9UZwU5UyF8
Segundo o Guardian, uma das associações participantes (a associação cultural El Chaparral) alega que o objetivo era homenagear os "seis milhões de homens, mulheres e crianças judeus que morreram no Holocausto e todos aqueles que sofreram perseguição e extermínio por causa da sua raça, orientação sexual, religião, origem étnica ou ideias políticas".
A justificação não calou a indignação da Embaixada de Israel em Espanha que considerou o gesto uma "representação vil e repugnante que banaliza o Holocausto" e ridiculariza os milhões de judeus mortos pelos nazis.
A autarquia de Campo de Criptana reagiu à polémica em comunicado, esclarecendo que "se o objetivo era homenagear as vítimas, a tentativa ficou aquém". De acordo com a estação de rádio Cadena Ser, o autarca admitiu que o holocausto não parece ser "um tema muito carnavalesco" e considerou que não acredita que "volte a acontecer".