Os negociadores afirmaram que o aviso de que o tempo está a acabar não é correto. Na verdade, o tempo já terminou.
Corpo do artigo
Dois negociadores israelitas acusaram o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de prejudicar os esforços para conseguir a libertação de reféns. Em entrevista a uma televisão israelita, os dois homens dizem que o governante mostra uma gélida indiferença em relação à situação dos que foram raptados pelo Hamas e não aceita novas soluções.
Além disso, os negociadores afirmaram que o aviso de que o tempo está a acabar não é correto. Na verdade, o tempo já terminou e sem Netanyahu as hipóteses de um acordo seriam bem maiores. O problema poderia não estar resolvido, mas as negociações já estariam mais avançadas.
Estas são algumas das ideias defendidas pelos dois negociadores que falaram, mas não se quiseram identificar. Decidiram falar por considerarem que Israel não está a fazer tudo o que pode para salvar os reféns desaparecidos há mais de seis meses e sempre que se encontram com a liderança política, especialmente com o chefe de Governo, sentem que está totalmente desligado das dificuldades enfrentadas pelos reféns.
Por isso, apresentam casos concretos vividos por aqueles que já foram libertados ainda no ano passado para sensibilizar Netanyahu, mas admitem que não têm sido bem-sucedidos. Um deles disse que ficou claro para a equipa, desde dezembro, que já não havia negociações apesar da imagem que o Governo tem tentado passar. Os negociadores revelaram que de dia lhes pedem para apresentar uma posição e à noite recebem telefonemas do primeiro-ministro com ordens completamente contrárias.
Netanyahu tem também obrigado a equipa a fazer exigências que sabe que o Hamas não vai aceitar. Apesar de tudo, os negociadores garantem que estão a tentar fazer tudo para conseguir a libertação dos reféns ou, pelo menos, saber como e onde estão para evitar que os ataques dos exército israelita os mate.