Netanyahu afirma que Hitler se inspirou num líder islâmico para conceber o Holocausto
"Hitler não queria exterminar os judeus [...], queria expulsa-los" é a convicção do primeiro-ministro israelita. O governo alemão reage dizendo que "'todos os alemães sabem a história e a mania da raça dos Nazis".
Corpo do artigo
Precisamente a um dia de aterrar na Alemanha o primeiro-ministro israelita vê-se envolvido numa polémica e já há quem o acuse de estar demasiado perto das teorias negacionistas.
Esta terça-feira, num discurso perante o 27º Congresso Sionista, em Jerusalém, Benjamim Netanyahu afirmou que "Hitler não queria exterminar os judeus naquela altura [novembro de 1941], queria expulsa-los". Para o líder israelita, foi o líder palestiniano daquela época, o muftí de Jerusalém Haj Amín al Huseini, que convenceu o führer a avançar com a solução final. O argumento que convenceu Hitler terá sido: "se expulsar os judeus, todos eles irão para a Palestina".
Segundo Netanyahu, daí surgiu uma dúvida a Hitler:
"Então? O que devo fazer com eles?"
"Queime-os" respondeu o muftí.
Já depois de conhecidas estas declarações, vários historiadores judeus, membros da oposição e até um ministro vieram lamentar as palavras de Netanyahu. No plano internacional, um porta-voz da chanceler alemã reafirmou, em público, que a responsabilidade "por este crime contra a humanidade é nossa, da Alemanha e dos alemães". "Isto é ensinado nas escolas alemãs por uma boa razão, para que nunca seja esquecido" disse Steffen Seibert.
O primeiro-ministro israelita é ele próprio filho de um historiador e gosta de introduzir citações históricas no meio dos seus discursos. Em 2012, numa intervenção no Knesset, o parlamento israelita, Netanyahu já tinha argumentado que o muftí Huseini teria sido "um dos principais arquitetos do Holocausto".