Netanyahu "podia ter feito algo mais cedo" e paz "está mais perto do que nunca": o testemunho de um irmão de refém luso-israelita
No dia em que se assinalam dois anos desde o ataque do movimento islamita, o israelita falou com a TSF sobre o conflito no Médio Oriente
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Omri Shtivi, irmão de Idan Shtivi, refém luso-israelita, que acabou por morrer às mãos do Hamas, defende que o Governo de Benjamin Netanyahu poderia ter feito mais para salvar os reféns.
No dia em que se assinalam dois anos desde o ataque do movimento islamita, o israelita falou com a TSF sobre o conflito no Médio Oriente. Omri Shtivi, que soube precisamente há um ano da morte do irmão, afirma que o Executivo israelita podia ter chegado a acordo com o Hamas mais cedo.
"Eu não sei qual é a melhor forma [de garantir o regresso dos reféns, porque eu não estou na mesa de negociações. Não sei o que se está a passar. Mas acredito que algo poderia ter sido feito mais cedo para garantir a libertação de todos os reféns. Talvez há um ano isto poderia ter sido feito", entende.
O israelita ressalva, contudo, que existe uma "responsabilidade" para "prevenir" que o Hamas volte a concretizar este tipo de "massacre" e diz estar confiante de que o primeiro-ministro israelita consiga assegurá-lo.
Por outro lado, há uma responsabilidade para prevenir que o Hamas volte a concretizar este tipo de massacre.
Sobre a forma como a sociedade israelita tem encarado o conflito no Médio Oriente, Omri Shtivi sublinha que o mais importante para a população é ver todos os reféns libertados.
"Todos os israelitas querem o regresso dos reféns e a maioria das pessoas tem saído à rua para pedir o fim da guerra e o regresso dos reféns", aponta.
Expressa ainda o desejo de "manter Israel a salvo" e de que os eventos levados a cabo a 7 de outubro "nunca mais se repitam". "Temos de fazer o que for preciso para o prevenir", vinca.
Omri Shtivi confessa igualmente estar confiante de que o acordo para a paz proposto pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, possa ser a solução para calar as armas.
"Eu não sei qual é a definição de paz neste caso. Mas acredito que é algo que possa acontecer e estamos mais próximos do que nunca do fim da guerra e a da devolução dos reféns", atira.
Israel iniciou em 16 de setembro uma grande ofensiva terrestre contra a cidade de Gaza, justificando-a para eliminar o último bastião do Hamas, autor do ataque que vitimou cerca de 1200 pessoas em Israel, a 7 de outubro de 2023.
A invasão militar hebraica levou à deslocação forçada para o sul da Faixa de Gaza de mais de um milhão de pessoas e resultou em dezenas de mortos diariamente naquela cidade, muitos deles civis, num conflito que já matou mais de 66 mil palestinianos, incluindo mulheres e crianças, de acordo com os números do Hamas.