O Presidente venezuelano disse no sábado que quer encetar o diálogo e convocou os dirigentes da oposição, que apelidou de «cobardes», para poder dizer-lhes as suas «verdades na cara».
Corpo do artigo
«São cobardes que não dão a cara e que se escondem. Por isso é que o povo de hoje rejeita tanto, tanto, tanto a cobardia dos dirigentes da oposição», disse Maduro num discurso reproduzido pela cadeia de rádio e televisão nacionais e perante milhares de seguidores no palácio presidencial.
[youtube:LobK2FWhBD8]
Em relação à petição da União das Nações Sulamericanas (Unasur), Maduro aceitou há dois dias que uma "testemunha internacional", eventualmente do Vaticano, assista ao diálogo que convocou, mas recusado pelos opositores, depois de um mês e meio de protestos que o Presidente classifica de "golpe de Estado" contra si.
Depois de o Governo ter confirmado a morte de outras duas pessoas em atos de violência ocorridos junto às barricadas levantadas pelos opositores e de ter elevado para 39 o número de mortos desde o início dos protestos, a 12 de fevereiro, Maduro disse tratar-se de jovens enviados por esses dirigentes da oposição «à rua, para queimar, para matar».
«Já basta de tanta violência. Disse e repito: abri as portas deste palácio presidencial para que essa oposição venha cá e eu os possa ver cara a cara a cada um deles e dizer-lhes as verdades que tenho para lhes dizer em nome do povo», adiantou o Presidente venezuelano.
Maduro afirmou ser uma «verdade verdadeira» que os dirigentes da oposição «não quiseram» dialogar com ele porque na realidade «não querem a paz» do país.
«Nós vamos derrotá-los. Estes cobardes, que encheram a Venezuela de violência, um por um, vão pagar perante a Justiça e um por um irão ficar sozinhos, derrotados, isolados e rejeitados pelo povo venezuelano», insistiu.
O Presidente agradeceu a manifestação no centro de Caracas com milhares dos seus seguidores e recordou que desde o começo dos protestos houve praticamente todos os dias uma manifestação em seu apoio.
O número de mortos desde o início dos confrontos na Venezuela subiu para 39 depois de duas pessoas terem morrido no sábado em incidentes separados, anunciou o ministro do Interior, Miguel Rodriguez.
Os protestos contra o Presidente Nicolás Maduro acontecem quase diariamente desde fevereiro, com os manifestantes a reclamarem contra o aumento da criminalidade, a inflação e a falta de bens essenciais.