Ex-líder do UKIP diz que, mesmo fora da liderança do partido eurocético, vai continuar empenhado em espalhar a mensagem independentista noutros países. Considera que Portugal "não tem voz" na UE.
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Nigel Farage, antigo líder do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP) voltou esta terça-feira a deixar críticas ao caminho seguido pela União Europeia (UE), sublinhando que, mesmo depois de ter deixado a liderança do partido, vai continuar a tentar influenciar um caminho semelhante ao 'Brexit' noutros países europeus.
"Nós vamos continuar e perseguir o nosso destino que é a saída do Reino Unido da União Europeia, e eu vou continuar a encorajar movimentos democráticos independentes em toda a UE para fazerem o mesmo. Talvez um dia tenhamos uma UE de estados soberanos, que negoceiem juntos, que cooperem, que sejam amigos, que tenham acordos em tantas coisas que tenham que ver com os problemas transfronteiriços", disse, esta tarde, Nigel Farage, um dos convidados da edição deste ano das Conferências do Estoril.
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Durante a intervenção no painel dedicado ao tema "Diálogo Global: Futuros Alternativos para a Europa?", no qual debateu com o eurodeputado português Francisco Assis, Nigel Farage manifestou-se ainda contra o presidente da Comissão Europeia.
"É adeus à bandeira, ao hino, ao senhor Juncker e à corrupção, e é dizer bem-vindo à democracia do estado-nação", acrescentou o político britânico, que foi por diversas vezes aplaudido pelo público que assiste às conferências.
No Estoril, o antigo líder do Partido da Independência do Reino Unido defendeu ainda que a Europa deve ser sobre "diversidade, sobre individualidade" e sobre "pessoas que escolhem o próprio destino", criticando o facto de as negociações para a saída do Reino Unido da UE serem discutidas "em Bruxelas e não em Westminster" e de "a classe politica europeia a ignorar os problemas".
Portugal "sem voz" diz Nigel Farage
Perante os vários conferencistas e o eurodeputado Francisco Assis, o antigo líder do UKIP defendeu também que o processo de saída do Reino Unido da União Europeia e o resultado das eleições norte-americanas - que deram a vitória a Donald Trump - estão a servir para aumentar o poder alemão na Europa, com culpas apontadas à chanceler alemã e ao presidente da Comissão Europeia.
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"Angela Merker e Jean-Claude Juncker estão a usar o Brexit e Trump como desculpa para acelerar, e acelerar rapidamente, o processo de integração antidemocrático que torna a Alemanha ainda mais forte do que antes. Onde fica Portugal no meio disto tudo? Francamente, sem voz", lamentou o político britânico.