O prémio Nobel da Paz José Ramos Horta apelou ao diálogo entre Madrid e a Catalunha, para encontrarem uma solução.
Corpo do artigo
Entrevistado em Bruxelas, para a TSF/DN, Ramos Horta defende que seja encontrada uma solução que garanta a "unidade" do território e, de alguma forma, satisfaça os que defendem a independência, considerando que "a solução não é exatamente separação", mas sim o "diálogo".
TSF\audio\2018\01\noticias\24\joao_francisco_guerreiro_ramos_horta_catalunha_bruxelas_11h
"Não há razão para que não haja diálogo, para encontrar uma nova fórmula que satisfaça aqueles que estão a querer a separação. Mas, que possam continuar como uma Espanha unida e forte, no quadro europeu", defende aquele que foi uma das principais vozes da independência de Timor Leste.
Ramos Horta acredita que "um Estado tão rico, tão próspero e tão forte como a Espanha, com centenas de anos de história", encontrará "uma solução. Daqui a uns anos, vão olhar para o que aconteceu, no ano passado, como um episódio que acontece nos países europeus".
"Já houve situações muito mais difíceis - nem há uma comparação possível -, nos Balcãs e os europeus conseguiram resolver, embora ainda haja tensões na Bósnia ou entre o Kosovo e a Sérvia. São extremamente complicadas e os europeus conseguiram resolver. Acho que para o bem da Espanha e da Catalunha - Catalunha enquanto província autónoma de Espanha -, que dialoguem", disse.
Sobre as cargas policiais do dia do referendo, o prémio Nobel da Paz assume uma posição condenatória, dizendo que é subscritor de uma carta "iniciada por um grupo de Prémios Nobel, em que condenámos o uso da força pelas autoridades, mas apelando ao diálogo entre as partes interessadas".