Noite de protestos em França resulta em 1311 detidos e perto de 80 polícias feridos
Uma loja de armas foi saqueada em Marselha.
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Houve mais uma noite de protestos em França por causa da morte de Nahel, o jovem que morreu às mãos da polícia numa operação stop. De acordo com o ministro francês do Interior, 1311 pessoas foram detidas na última noite e 79 polícias ficaram feridos por causa de desacatos durante os protestos onde voltou a assistir-se a edifícios e carros incendiados, assim como ataques a esquadras da polícia e municípios.
Em Marselha, uma loja de armas foi saqueada, o que levou o autarca daquela cidade francesa a pedir ao Governo para enviar, com urgência, um reforço de homens. Tinham sido destacados 45 mil polícias para responder aos protestos durante a noite.
O funeral do jovem de 17 anos, morto por um polícia, acontece este sábado em Nanterre. Esta morte fez regressar a tensão entre jovens e a polícia em França.
O país viveu uma quarta noite consecutiva de graves distúrbios em muitas partes do território. Para evitar este tipo de episódios, a primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, anunciou na sexta-feira mesmo o destacamento de blindados da polícia militarizada, sem especificar quantos.
Numa reunião extraordinária, o ministro do Interior decidiu estender a todo o país a restrição de circulação de autocarros e elétricos, que não poderão funcionar a partir das 21h00 locais (20h00 de Lisboa) até à manhã seguinte, até novas ordens. Também foi temporariamente proibida a venda de foguetes para fogos-de-artifício, bidões de gasolina, ácidos e outros produtos químicos e inflamáveis.
A morte de Nahel chocou boa parte do país e provocou a enérgica condenação da esquerda e de movimentos sociais, por considerarem que se tratou de um ato de racismo. Os alvos dos manifestantes têm sido carros da polícia e dos bombeiros, mas também edifícios públicos e lojas, muitas das quais pilhadas.