Presidente executivo da empresa de telecomunicações afirma que "as decisões mais difíceis de tomar são aquelas que afetam a equipa".
Corpo do artigo
A empresa finlandesa de telecomunicações Nokia anunciou, esta quinta-feira, que vai despedir 14 mil trabalhares até 2026. O aumento das dificuldades económicas e a guerra do 5G são algumas das causas apontadas.
"O nosso desempenho no terceiro trimestre demonstrou a nossa resiliência. (....) Nos últimos três anos investimentos para reforçar a nossa liderança tecnológica, o que nos deu uma base sólida para resistir a este período de fraqueza do mercado", começa por sublinhar o presidente executivo da Nokia, Pekka Lundmark, num comunicado publicado no site da empresa.
"No entanto, dado ao momento da incerteza, estamos a tomar medidas decisivas a nível estratégico, operacional e de custos", acrescenta.
Os resultados do balanço do último trimestre mostram que as vendas caíram 20% face ao período homólogo de 2022, apontando como principal razão "os desafios macroeconómicos" e as "taxas de juro elevadas". Além disso, o grupo registou uma queda de 69% nos lucros, para 133 milhões de euros, em comparação com o ano anterior.
Apesar de a empresa continuar "a acreditar na capacidade de recuperação a médio e longo prazo", perante os números apresentados, a Nokia vai dispensar um em cada cinco dos atuais 72 mil trabalhadores até 2026. Segundo o mesmo comunicado, a estratégia de poupança prevê reduções de custos até 1,2 mil milhões de euros até 2026, visando nomeadamente redes móveis, bem como serviços de nuvem e de rede.
"As decisões mais difíceis de tomar são aquelas que afetam a nossa equipa", afirma Pekka Lundmark.
O responsável esclarece ainda que a Nokia assistiu a "alguma desaceleração no ritmo de implantação do 5G na Índia, o que significa que o crescimento já não era suficiente para compensar a desaceleração na América do Norte".
A Nokia espera "uma melhoria" nas suas atividades de rede "no quarto trimestre".