Uma União Europeia afetada pela crise vai receber hoje, em Oslo, o Nobel da Paz. Um prémio que gera controvérsia na Noruega, o país que, por duas vezes em referendo, disse não à Comunidade.
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O Nobel da Paz é entregue esta segunda-feira a Durão Barroso e ao presidente do Conselho Europeu e do Parlamento Europeu, em nome da União dos 27.
O Nobel vai ser atribuído a uma Europa mergulhada em crise, por um país largamente eurocético. Uma larga maioria dos noruegueses, 3 em cada 4, não concorda com a atribuição do Nobel da Paz à Uniäo Europeia (UE), por considerar que a União não fez o suficiente no ano passado, para o merecer o prémio deste ano.
O facto de o Secretário e o Presidente do Comité Nobel serem ambos adeptos da entrada da Noruega para a UE, também não cai bem na opinião pública norueguesa, onde 80% do eleitorado é eurocético.
As cerimónias decorrem, como é habitual, em Estocolmo e em Oslo, na data da morte de Alfred Nobel (1833-1896). A entrega do Nobel da Paz é a primeira a acontecer, no edifício da câmara municipal da capital norueguesa.
Na cerimónia não vão estar todos os 27 Estados-membros da UE. Entre as presenças confirmadas estão o Presidente francês, François Hollande, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho. Um dos grandes ausentes será o primeiro-ministro britânico, David Cameron.
Poucas horas depois, os restantes galardões - Medicina, Física, Química, Literatura e Economia - vão ser entregues numa cerimónia no Konserthus de Estocolmo. O dia termina com um banquete no salão Azul da câmara municipal da capital sueca.
Os prémios, atribuídos desde 1901, reduziram este ano a sua dotação financeira em 20% para oito milhões de coroas suecas (cerca de 930 mil euros).