Nova estirpe coloca Europa em alerta. Vários países suspendem voos com Reino Unido
Holanda, Bélgica e Itália suspenderam as ligações aéreas com o Reino Unido depois de ter sido detetada uma nova estirpe, mais contagiosa, do vírus de Covid-19. Nova estirpe obriga a reunião entre Paris, Berlim e UE
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A nova estirpe de covid-19 detetada no sul de Inglaterra obrigou este domingo a uma reunião 'online' entre a França, Alemanha e União Europeia (UE), sobretudo depois de vários países europeus terem suspendido os voos oriundos do Reino Unido.
Segundo um comunicado da Presidência francesa, a reunião contou com a participação do chefe de Estado da França, Emmanuel Macron, da chanceler da Alemanha, Angela Merkel e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sem que tenham sido ainda anunciados resultados.
Os três líderes europeus analisaram a nova situação provocada pela variante do novo coronavírus detetada no sul de Inglaterra, depois de a Holanda, Bélgica e, mais tarde, Itália, terem anunciado a suspensão dos voos e transportes marítimos provenientes do Reino Unido.
A Holanda foi o primeiro país a anunciar a suspensão dos voos depois de o Ministério da Saúde holandês ter anunciado que uma amostra recolhida na Holanda deu positivo no início de dezembro para a nova variante do SARS-CoV-2 originalmente identificada no Reino Unido. O Instituto de Saúde e Meio Ambiente está a investigar a origem do contágio e a rastrear os passos da pessoa infetada.
Um comunicado do Ministério da Saúde holandês recomenda que qualquer introdução desta variante do vírus proveniente do Reino Unido seja limitada tanto quanto possível, "limitando e/ou controlando o movimento de passageiros do Reino Unido".
Em Bruxelas, o primeiro-ministro belga, Alexander de Croo, indicou à cadeia de televisão VRT que a suspensão será pelo menos de 24 horas, podendo, porém, ser prolongada, e que começa às 23h00 de hoje.
A Alemanha, por seu lado, através de um comunicado divulgado a meio da manhã pelo Ministério da Saúde, indicou que estava a analisar "seriamente" a mesma intenção.
Em Berlim, fonte do Ministério da Saúde alemão indicou que o Governo está a encarar "seriamente" a suspensão dos voos provenientes do Reino Unido e ainda da África do Sul, o país africano com maior número de infeções, podendo juntar-se também aos Países Baixos cuja decisão foi igualmente tomada hoje e que se prolonga até 01 de janeiro.
As restrições do tráfego aéreo proveniente do Reino Unido e da África do Sul "são uma séria opção" que está a ser analisada por Berlim, acrescentou a fonte.
Em Portugal, numa nota enviada à TSF, o Ministério dos Negócios Estrangeiros adiantou que não vai cancelar voos para já e lembrou que a posição portuguesa é de privilegiar as medidas de proteção tomadas universalmente, em vez de restringir em demasia as possibilidades de circulação de pessoas que tem de viajar por razões essenciais.
A Espanha foi mais longe, e pediu a Bruxelas uma resposta comunitária coordenada para proibir o tráfego aéreo com o Reino Unido, evitando-se uma medida "unilateral".
Antes, Itália juntou-se à Holanda e à Bélgica na "unilateralidade" da medida e suspendeu os voos procedentes do Reino Unido para "proteger" a população italiana da nova estirpe de covid-19, mas não adiantou a partir de quando irá vigorar a medida.
Segundo relatos da imprensa italiana, hoje está prevista a chegada a Itália de cerca de duas dezenas e meia de voos oriundos do Reino Unido, onde residem mais de 327 mil cidadãos italianos -- dados oficiosos apontam para cerca de 700 mil.
As autoridades britânicas já alertaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a descoberta da nova variante do SARS-CoV-2, que é mais facilmente transmissível embora não haja provas de que seja mais letal ou que possa ter impacto na eficácia das vacinas desenvolvidas.