Num momento em que as tensões entre os dois países aumentaram, a visita de trabalho de Mike Pompeo vai servir para negociar os problemas bilaterais e multilaterais.
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O secretário de Estado norte-americano vai ser recebido por Vladimir Putin e Sergei Lavrov. Os dirigentes vão tentar superar algumas divergências, nomeadamente em relação ao Irão e à Venezuela.
Com a crise venezuelana num impasse, vários dirigentes norte americanos acusaram a Rússia de trabalhar contra Juan Guaidó defendendo Nicolás Maduro. Quando o Presidente interino avançou, no dia 30 de abril, para uma tentativa de sublevação, o secretário de Estado acusou Moscovo de ter convencido Maduro a não abandonar o poder. Mike Pompeo garantiu que o Presidente já tinha aceitado viajar para Cuba.
Os russos recusaram a acusação e acusaram os Estados Unidos de envolvimento ilegal nos assuntos internos de outro país. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo avisou que outras medidas agressivas americanas na Venezuela teriam consequências mais graves. Sergei Lavrov não esclareceu que consequências seriam. A Venezuela transformou-se, nos últimos cinco meses, no novo palco para o braço de ferro entre os Estados Unidos e a Rússia, que querem aumentar as respetivas esferas de influência.
Os dois países têm também trocado acusações por causa do Irão. Na semana passada, Teerão anunciou que pode deixar de respeitar alguns dos compromissos assumidos com a assinatura do acordo nuclear de 2015. Os iranianos deram 60 dias aos países que se mantém no acordo para negociarem um novo entendimento.
Os Estados Unidos têm aumentado a pressão sobre o Irão com sanções e com o aumento da presença militar no Médio Oriente. A administração Trump tem ainda pressionado os outros Estados signatários do acordo para respeitarem as restrições impostas.
A Rússia acusa Washington de fomentar uma escalada de tensão na região. Lavrov pediu a Pompeo para usar a diplomacia em vez das ameaças para resolver os problemas na região.
Para além da Venezuela e do Irão, as conversas vão ainda incluir temas como o controlo de armas, as negociações nucleares entre os EUA a Coreia do Norte, a guerra na Síria, o apoio da Rússia aos separatistas no leste da Ucrânia e as preocupações de Washington sobre a interferência russa nas eleições americanas e de outros países.
A viagem de Pompeo acontece algumas semanas antes da reunião do G-20 em Osaka, no Japão, em que vão participar tanto Donald Trump como Vladimir Putin.