O negociador Mykhailo Podoliak adiantou que a delegação da Ucrânia não sofreu alterações.
Corpo do artigo
A terceira ronda de negociações entre a Ucrânia e a Rússia deverá começar esta segunda-feira às 16h00 de Kiev (14h00 em Lisboa), na Bielorrússia, anunciou o negociador ucraniano Mykhailo Podoliak na rede social Twitter.
"Terceira ronda. Início às 16h00, hora de Kiev. Delegação inalterada", escreveu Podoliak, com uma imagem sua com um helicóptero ao fundo.
Negotiations with the Russian Federation. Third round. Beginning at 16.00 Kyiv time. Delegation unchanged... pic.twitter.com/ycfT9LT0tc
- Михайло Подоляк (@Podolyak_M) March 7, 2022
A agência oficial bielorrussa Belta noticiou que a delegação russa já chegou ao local da reunião, perto da fronteira da Bielorrússia com a Polónia.
As negociações anteriores sobre a invasão russa da Ucrânia realizaram-se em 28 de fevereiro, ao quinto dia de combates, e em 03 de março, também em território bielorrusso.
Na segunda reunião, as duas partes chegaram a um acordo para a criação de corredores humanitários que permitissem retirar civis de zonas mais afetadas e entregar alimentos e medicamentos, mas as medidas não foram aplicadas com sucesso.
Em declarações divulgadas no domingo à noite pela agência ucraniana Ukrinform sobre a nova ronda de negociações, o líder da bancada parlamentar do partido no poder em Kiev disse que a Ucrânia não cederá na questão da integridade territorial.
"As únicas partes em que é quase impossível chegar a acordo são a Crimeia e as chamadas repúblicas que a Rússia insiste em reconhecer como independentes", disse David Arakhamia, que integra a delegação ucraniana às conversações.
O líder da bancada do partido Servo do Povo referia-se à península ucraniana anexada pela Rússia em 2014 e às autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, no Donbass.
O reconhecimento pela Rússia da independência das duas regiões separatistas do leste da Ucrânia antecedeu a invasão no dia 24 de fevereiro.
Arakhamia disse que a questão da perda da Crimeia e das duas regiões do Donbass não é aceitável para a sociedade ucraniana.
"Sinceramente, não sei como poderemos ultrapassar essas barreiras", disse.
"Não creio que tenhamos agora uma escolha para sequer discutir alguns modelos em que reconheceríamos esses territórios. A nossa posição é firme. Estamos prontos para discutir quaisquer outras opções dinâmicas, mas não o reconhecimento desses territórios", acrescentou.
A invasão ordenada pelo Presidente da Rússia, Vladimir Putin, visa a "desmilitarização e a desnazinação" da Ucrânia, o que significa o derrube do regime pró-ocidental de Kiev.
A guerra provocou um número de mortos e feridos ainda por determinar, tanto de militares como de civis, e 1,5 milhões de refugiados.
O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) já considerou que se trata da crise de refugiados de crescimento mais rápido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
A invasão foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas contra Moscovo.
ACOMPANHE AQUI TUDO SOBRE O CONFLITO ENTRE A RÚSSIA E A UCRÂNIA
* Notícia atualizada às 12h31