Sete recém-nascidos ocupam uma sala improvisada para prematuros nas ruínas do hospital de Mossul, onde faltam camas, medicamentos e equipamento médico. Mas há esperança depois da expulsão do Daesh.
Corpo do artigo
O Hospital al-Khansa, no leste de Mossul, é uma sombra do que já foi, mas mantém-se como a principal maternidade pública da cidade iraquiana. No último mês, apesar da grave escassez de recursos, nasceram ali quase 1400 bebés.
Quando a agência Reuters visitou o local, dois bebés gémeos, com menos de duas semanas, estavam numa incubadora num quarto degradado da maternidade e dividiam o espaço com outros cinco recém-nascidos. Se tivessem nascido meses antes, as hipóteses de sobrevivência teriam sido quase nulas.
Em 2014, quando o Daesh ocupou Mossul, o hospital manteve-se aberto mas os residentes só estavam autorizados a usar uma pequena parte das instalações. No topo das prioridades estavam os bebés do grupo extremista.
No ano passado, quando as forças iraquianas começaram a campanha para libertar Mossul, o Daesh ocupou ao hospital, expulsou pacientes e chegou a disparar contra funcionários para obrigar as pessoas a sair. Mas à medida que a derrota parecia iminente, os extremistas incendiaram e fizeram explodir grande parte do hospital.
Agora, al-Khansa tenta renascer das cinzas e escombros. "Temos falta de tudo", diz o diretor do hospital, o médico Jamal Younis. "Camas, equipamento, medicamentos..." O hospital só consegue lidar, por enquanto, com nascimentos e óbitos. Para o resto, os pacientes têm de se dirigir a unidades hospitalares a quilómetros de distância.
O hospital ainda não recebeu fundos do Ministério da Saúde para começar a reconstrução e al-Khansa tem sobrevivido com a ajuda de organizações não-governamentais e de doações de residentes e funcionários.